Parceria com os EUA consolidará viabilidade do etanol, aponta secretário-geral do NAE

07/02/2007 - 23h13

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário-geral do Núcleo deAssuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, coronelOswaldo Oliva Neto, disse hoje (7) que a parceira entre Brasil eEstados Unidos será fundamental para consolidar o etanol como umaalternativa aos combustíveis fósseis, sobretudo ao petróleo.

Osdois países são atualmente os maiores produtores mundiais docombustível – no ano passado, produziram 17 e 16 bilhões de litros,respectivamente.

Para OlivaNeto, a parceria beneficiará o Brasil e tem de ser analisada sob váriosaspectos. O primeiro deles, explicou, é o estímulo à criação de ummercado consumidor mundial: “Quando a maior economia do mundo decideincorporar a mistura de etanol com gasolina, ela está sinalizando paratodo o resto do mundo que há esta possibilidade e que ela é viável. Hánisso um grande benefício para o Brasil, que é a criação de ummercado”. 

Já em termostecnológicos, o secretário-geral garante que o Brasil pode fornecertecnologia para os Estados Unidos mesmo que não receba nada em troca.“Estamos à frente deles no modelo tecnológico da produção debiocombustíveis”, disse. E destacou que enquanto o Brasil produz etanolutilizando a cana-de-açúcar, os Estados Unidos empregam o milho: “Acana produz quase sete vezes mais energia que o milho”.

Umterceiro aspecto apontado por Oliva Neto é a definição de preços. “Nomomento em que os dois maiores produtores do mundo se juntam, éadmissível que o etanol se torne uma commodity mundial, possibilitando definir um preço de mercado”.

Elelembrou que, mais que vantagens econômicas, a parceria com o Brasilatende a dois interesses dos Estados Unidos. O primeiro é estratégico.O segundo, ambiental: "Os Estados Unidos precisam reduzir seu consumode petróleo a fim de diminuir sua vulnerabilidade frente aosfornecedores tradicionais de petróleo. Ao reduzir seu consumo depetróleo e substituir por biocombustíveis, eles também melhoram suarelação com o meio ambiente”.

OlivaNeto também destacou que a queima do petróleo é apontada porespecialistas como a principal causa do efeito estufa. E que o mundopassa de uma era em que o modelo energético se baseava na utilização dopetróleo para uma nova era de produção energética baseada na utilizaçãoda célula de hidrogênio. Nesse meio tempo, acrescentou, obiocombustível será o substituto natural do petróleo.Na opiniãodo secretário-geral, para convencer o mundo a substituir parte de suagasolina por etanol, "o Brasil terá que garantir aos países compradoresque pode fornecer o etanol – e que eles podem reduzir sua dependênciado petróleo com a certeza de que não faltará combustível”.