Para secretário, política de biotecnologia vai ajudar preservação da natureza

08/02/2007 - 0h33

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em vez de entrar em conflito com o meio ambiente, a Política deDesenvolvimento da Biotecnologia, sancionada hoje (8) pelo governo, será umagrande aliada para a preservação da natureza, segundo o secretáriode Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente,Gilney Viana.Para ele, a questões ambientais foram incorporadas à políticagovernamental para a biotecnologia. “Em muitos casos, as contribuições para omeio ambiente são mais valiosas que os possíveis impactos”, explica. “Umabactéria que consiga despoluir rios pode ser tão útil ou um tipo de plásticoque se decompõe mais rápido trará muitos benefícios”.Viana destacou que a nova política de biotecnologia não está relacionada comos transgênicos. “Essa questão foi regulamentada com a Lei de Biossegurança”,comenta. “O Comitê Nacional de Biotecnologia, na verdade, servirá paradesenvolver ferramentas que podem trazer benefícios para a indústria e asociedade”.O secretário afirma que os benefícios dessa política também serão sociais.Isso porque o governo pretende modificar a legislação de acesso ao patrimôniogenético nacional para favorecer populações locais. Ele cita o caso de umatribo indígena do Acre que usa a secreção de um tipo sapo para tratar feridas.“A nossa proposta é que o fabricante que pegar essa secreção para produzirvacina destine parte dos lucros a essa comunidade”, exemplifica.Na avaliação do secretário, a iniciativa será importante para prevenir abiopirataria – retirada de materiais do país para o desenvolvimento demedicamentos. Para que isso ocorra, no entanto, Gilney afirma que o governoterá de mudar uma lei de 2001 que regula o acesso ao patrimônio genético. “Ocomitê também terá o poder de propor alterações no marco regulatório do setor”,salienta.