País poderá ter auto-suficiência na produção de diversas vacinas, diz secretário

07/02/2007 - 23h30

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Política de Desenvolvimento da Biotecnologia, sancionada hoje (8) pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitirá ao Brasil conquistar aauto-suficiência na produção de diversas vacinas nos próximos anos. Quem afirmaé o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Antonio Sergio Martins Mello.Coordenador do grupo que criou a política governamental para a indústria debiotecnologia, Mello diz que os investimentos em saúde serão uma das principaisvertentes de desenvolvimento do setor. “A gente pretende não apenas substituiras importações, mas garantir competitividade internacional para a biotecnologiabrasileira”, destaca.Integrante do Fórum de Competitividade de Biotecnologia, órgão que desde2003 elabora o modelo de desenvolvimento para a área, a professora do Institutode Biologia da Universidade de Brasília (UnB) Sueli Felipe assegura que,somente nos próximos três anos, o país pode produzir sete tipos de vacina.Entre as doenças que passarão a ser prevenidas com capacidade nacional, estão araiva humana, a meningite, a leishmaniose, a tuberculose e a gripe.Segundo Sueli, essas vacinas estão em fase avançada de desenvolvimento. Eladiz que a nova política do governo, na verdade, pretende facilitar a produção.“Atualmente, muitos medicamentos e vacinas são elaboradas sem condições deserem fabricadas em escala”, avalia a professora. “Agora, a gente pretendefornecer condições para que esses produtos cheguem à população”.Além das vacinas, Mello afirma que o governo pretende dar impulso à produçãonacional de hemoderivados – componentes do sangue utilizado em transfusões ecirurgias – e insulina – hormônio que controla a taxa de açúcar no sangue. Odesenvolvimento de testes para diagnosticar doenças e de enzimas utilizadas emremédios também faz parte das ações previstas.Como a biotecnologia exige mão-de-obra qualificada, acapacitação de profissionais também terá destaque na nova política.O governopretende criar, em todo o país, 20 programas de pós-graduação na área efinanciar pelo menos cem projetos de pesquisa por ano. “Segundo a Capes[Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério daEducação], até 2010 as universidades vão formar 16 mil doutores por ano”, dizMello. “As indústrias serão um meio eficaz de empregar todo esse contingente”.