Brasil e Estados Unidos discutem parceria para liderar mercado mundial de álcool

06/02/2007 - 23h31

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Líderes mundiais na produção de etanol, Brasil e Estados Unidos, querem ampliar o uso do etanol aos combustíveis derivados do petróleo. A substância é menos poluente que a gasolina e o diesel e pode ajudar a reduzir a dependência mundial do petróleo para produção de combustíveis. Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reúne com o subsecretário de Estado de Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Thomas Shannon. Segundo o Itamaraty, o tema do etanol deve estar entre os assuntos da reunião.Atualmente Brasil e Estados Unidos respondem por mais de 70% da produção mundial de álcool, somando cerca de 35 bilhões de litros de etanol por safra. Os norte-americanos produzem grande volume de etanol a partir do milho, diferentemente do Brasil que prioriza a cultura da cana-de-açúcar. No ano passado, os dois países em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), lançaram um protocolo para a criação da Comissão Interamericana do Etanol. O objetivo da entidade é o do promover e ampliar o uso do produto no continente americano. A entidade nascerá para promover o uso do álcool como alternativa e aditivo do petróleo no mundo e ainda para "integrar a América por meio do fomento ao combustível". Entre os objetivos específicos a serem desenvolvidos pela entidade está a integração técnica e cientifica; a avaliação de investimentos para o desenvolvimento da agricultura e da infra-estrutura produtiva da região; e a definição de políticas para a criação de um mercado internacional para o etanol.Em 2006, a produção norte-americana deverá ultrapassar os 20 bilhões de litros. Além de serem os maiores produtores, os Estados Unidos querem também se tornarem os maiores consumidores do produto, conforme declarações recentes do próprio presidente George W. Bush, que indicou a vontade de ampliar para 20% a quantidade de etanol adicionada aos combustíveis do país. Isso ampliaria a demanda do mercado por importações de etanol.Em discurso recente em um fórum agrícola, Bush defendeu os benefícios dos bio-combustíveis como o etanol e o biodiesel para o país e a inclusão de ambos no plano nacional de energia do país. "Além dos benefícios ambientais, esses bio-combustíveis podem ser renovados ano a ano, e podem ajudar a nossa economia no setor agrícola e quanto a dependência de combustíveis fósseis. Esses serão os combustíveis do futuro nesse país", afirmou na ocasião.O uso de etanol também deve abrir novas oportunidades para países que exportam o combustível aos EUA, que ainda contam com uma parcela de mercado muito baixa, por causa das tarifas de importação. Estados Unidos cobram, por exemplo, sobre o produto brasileiro US$ 0,54 por galão de etanol.