Indústrias devem contratar mais em 2007, indica pesquisa

22/11/2006 - 15h02

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ritmo de expansão do emprego industrial deve aumentar em2007, de acordo com a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformaçãorealizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em conjunto com o InstitutoBrasileiro de Economia (Ibre), divulgada hoje (22). Segundo a pesquisa, entre as 1.050 empresas consultadas,houve aumento de 40% das que pretendem contratar no ano que vem. No mesmoperíodo do ano passado, 30% disseram que contratariam em 2006. Já a parcela dasque programam demissões diminuiu de 16% para 10%.Das empresas pesquisadas, 39% programam aumentar osinvestimentos em 2007. No ano passado esse número era de 38%. Ao mesmo tempodiminuiu de 22% para 13% a proporção de empresas que pretendem diminuir osgastos. Já com relação ao faturamento, a parcela de empresas queprevêem aumento é de 72% contra 71% no ano passado. Aquelas que prevêem faturarmenos em 2007 são 5%, ante 9% no ano passado. A proporção de empresas queesperam melhoria nos negócios aumentou de 44% para 47%. O grupo de pessimistasdiminuiu de 13% para 6%.De acordo com a pesquisa, as expectativas quanto àsexportações da indústria de transformação são mais otimistas do que as feitasem outubro de 2005. Empresas que representam 59% do mercado esperam crescimentodas exportações em 2007, número superior aos 53% anteriores. As que prevêemdiminuição são 10%, ante os 12% do ano passado. As importações devem aumentar para 27% das consultadas esteano contra 29% em outubro de 2005. Aquelas que esperam diminuição são 8%, umponto percentual a menos do que no ano anterior.Segundo o coordenador do Ibre, Aloísio Campelo, o otimismodas empresas pode ser considerado moderado, o que demonstra que a indústriaestá com a expectativa de que o crescimento do ano que vem não será “muito maisforte” do que o deste ano, que, na avaliação dos pesquisadores, não foi tãogrande. “A pesquisa não capta um otimismo inesperado. A indústria está passandopor uma fase de crescimento um pouco turbulento, ainda não disseminado paratodos os segmentos, mas há uma expectativa de continuidade desse crescimento”.Campelo explicou ainda que a maioria das empresas (42%)prevê crescimento entre 0,1% e 5% no faturamento. Um crescimento de 5,1% a 10%foi previsto por 37% das empresas, enquanto o crescimento de 10,1% a 20% foidestacado por 16% das pesquisadas. Já 5% das consultadas esperam crescer maisdo que 20%. “Parece que há uma cautela maior e também a economiabrasileira tem alcançado um nível de previsibilidade maior nos últimos anos. Émais ou menos consensual que economia brasileira não deve crescer muito nopróximo ano e com a economia crescendo de forma moderada a indústria também nãoprevê um crescimento explosivo para o próximo ano”, disse Campelo.