Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Acompanhamento escolar, atividades esportivas e apoio psicológico como forma de manter o jovem da periferia longe da violência urbana. Essas são as principais iniciativas de instituições e Organizações Não-Governamentais (Ong) para prevenir a violência entre os jovens de 15 a 24 anos.“Predominam ações de prevenção primária da violência, ações cujoobjetivo é evitar a ocorrência da violência, para que se possa agirantes e tentar evitar que a situação de violência se desenvolva”, dissena abertura do Seminário Internacional de Prevenção à Violência Urbanae ao Crime, que começou hoje (22) em Brasília.Estudo da Universidade de São Paulo (USP) considerou ações de 330 programas de prevenção à violência entre jovens. Segundo uma das coordenadoras do estudo, a pesquisadora Maria Fernanda Peres, os programas pesquisados têm um ponto em comum: abordam a população jovem e desenvolvem ações na periferia dos grandes centros urbanos, onde a violência está concentrada.Segundo Maria Fernanda, os programas de combate à violência investem, principalmente, nas ações de relacionamento entre os jovens na escola, em casa e com amigos além de fortalecer a relação entre pai e filho e mãe e filho. “Ações centradas na família são muito significativas. Quanto menor a criança, maior é o resultado”, disse.Para a pesquisadora, o levantamento servirá de eixo para o desenvolvimento de mais programas do tipo. “É um passo inicial para construir uma coisa importante na prevenção da violência: a rede. Para que os programas se conheçam, que um programa saiba o que o outro está fazendo e de alguma forma possam agir conjuntamente”, afirmou.Outro dado que o estudo apontou, segundo Maria Fernanda, é que há fragmentação no trato da violência entre jovens. Muitas vezes, um programa trabalha sem saber da existência de outro. Ela afirmou que a violência, hoje, é um problema de segurança pública, mas também de saúde pública, que diz respeito à educação, e é social."Sendo um problema social, atinge diversas áreas da administração pública e das políticas sociais, envolve as corporações policiais, o poder judiciário e o sistema penitenciário e é um problema de saúde pública, em função dos enormes impactos na saúde”, explicou.