Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor de gestão derisco do Banco do Brasil Expedito Veloso disse hoje (22), em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas (CPMI), que participou da negociação para obter o dossiê contra tucanos fazendo apenas uma "análise técnica dos documentos" em Cuiabá (MT). "Eu trouxe o relato dessasinformações, o que sintetizou a minha participação no evento", afirmou Veloso. Segundo ele, os documentos (15 cheques, 20 extratos de transferências bancárias, fotos e imagens) mostravam como a Planam supostamente arcou com restos a pagar da campanha de José Serra à Presidência da República, em 2002. Os cheques analisados por Expedito Veloso teriam sido depositados nas contas de duas empresas (Data Microinformática e Império Representações Turísticas). “Considerando as transferências para essas duas empresas, entendique seria muito simples entender a motivação dos depósitos. Segundo os Vedoin,donos da Planam, seriam mesmo restos de campanha do Serra em 2002. Tanto é que os depósitos sãodo final de 2002.” O ex-diretor do Banco do Brasil contou ter viajado para Cuiabá com o ex-agente federal Gedimar Passos, a pedido de Jorge Lorenzetti, então chefe do núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleiçãode Lula. Segundo o ex-diretor do Banco do Brasil.Lá, os Vedoin teriam pedido R$ 10 milhões pelos documentos, mesmo valor oferecido pelo dossiê por Abel Pereira, empresário acusado de intermediar licitação no Ministério da Saúde durante o governo Fernando Henrique Cardoso. "No encontro, eles, os Vedoin, falaram da exigência financeira e doapoio jurídico, que precisavam de um advogado de peso e que de preferênciaestivesse em Brasília", disse Expedito Veloso, que relatou a conversa para Lorezenti no retorno de Cuiabá. Segundo Veloso, Lorezenti não autorizou nenhuma negociação envolvendocompra, mas acenou com a possibilidade de dar assistência jurídica aos donos da Planam. Está previsto para ainda hoje o depoimento de Oswaldo Bargas, ex-secretário doMinistério do Trabalho, que teria participado de negociações com a revista Época para a compra do dossiê. Para amanhã (23), a CPMI confirmou o depoimento de Abel Pereira. A comissão também convocou Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante(PT-SP) ao governo de São Paulo, mas o depoimento não deve ocorrer por um problema na agenda de compromissos de Lacerda.