Juízes de cinco países discutem lavagem de dinheiro

05/12/2004 - 10h42

Brasília - O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, abre nesta segunda-feira (6), às 19 horas, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o 1º Encontro Internacional de Juízes de Fronteira, que deve reunir mais de 100 magistrados da Argentina, Paraguai e Uruguai, além do
Brasil. O objetivo é começar a discutir com os vizinhos do Mercosul formas de cooperação judiciária entre esses países, visando combater crimes como a pirataria, roubos de carga e,
especialmente, lavagem de dinheiro. O encontro é promovido pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe).

Durante o encontro, que irá até a próxima quarta-feira (8), serão debatidos temas como a aproximação do judiciário brasileiro com a América Latina, uma legislação comum para a recuperação de ativos desviados ilegalmente dos países e os reflexos do contrabando e da pirataria na economia. Haverá,ainda, discussões sobre a lavagem de dinheiro por meio do mercado de capitais, o transporte e roubo de cargas.

O presidente da Ajufe, Jorge Maurique, disse que os juízes federais brasileiros estão preocupados com o aumento da macrocriminalidade no país, da qual um dos piores aspectos é a lavagem de dinheiro. Segundo a Ajufe, o combate a esse crime é uma das maneiras mais eficazes de estancar essas atividades. "Por isso, precisamos enfrentar esse problema com destemor e, agora, também em conjunto com os vizinhos do Mercosul", disse Maurique. Os resultados dos debates serão encaminhados aos presidentes da Câmara e do Senado.

Além de juízes, participam do encontro adidos de embaixadas e representantes do Ministério da Justiça, da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados (Fenaseg), Polícia Federal, Fazenda Nacional, Banco Central e Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco).