Artthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Representantes do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Coréia do Sul, África do Sul, Itália, França e Espanha discutem a produção do audiovisual, legislação e mercado em seminário realizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), na capital paulista. Neste sábado, primeiro dia do encontro, apesar das diferenças entre os países no que se refere à produção e políticas de fomento, por exemplo, representantes europeus defenderam a criação de mecanismos para diminuir a invasão das produções norte-americanas em seus mercados internos.
O diretor-geral do Conselho Nacional de Cinema (CNC) da França, Alain Brégamian, disse aos participantes que apesar do esforço a ocupação da produção americana em salas de cinema francesas ainda é significativa - cerca de 53 % -, maior que a produção nacional com 35 %, segundo dados de 2003.
Neste domingo, foi discutido o tema Geopolítica Cinematográfica - Cinema e Cultura, com as mesas "Os caminhos da América Latina e a Diversidade Cultural na Europa de Hoje".
Na discussão sobre a América Latina, o cônsul do México, Jorge Sanchez, defendeu a criação de um mecanismo que permita a integração da região tanto para a produção como para a distribuição, garantindo maior eficiência para "que os filmes brasileiros possam ser vistos no México, e os filmes mexicanos sejam vistos na Colômbia".
Uma integração, segundo Sanchez, facilitará também a inserção do cinema latino-americano no mercado mundial, e neste caso, a televisão poderá ser a porta de entrada. "A televisão pode absorver a grande produção de audiovisual por meio dos canais a cabo, garantindo o retorno do investimento e a manifestação cultural de cada país", afirmou.
O seminário termina nesta segunda-feira (6), com o debate "As Mídias a Serviço da Produção e da Criação". O evento é coordenado pela Associação Paulista de Cineastas (Apaci), Associação Brasileira de Cineastas (Abraci) e tem o patrocínio do Ministério da Cultura.