Brasília - O cônsul brasileiro em Miami (EUA), João Almino, telefonou hoje para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Edísio Simões Souto, para informá-lo sobre a situação do paraibano Misael Mendonça Cabral e do carioca Daniel Correia, detidos em Miami desde 27 de outubro. Os dois foram presos no aeroporto da cidade depois de terem mencionado a existência de uma "bomba" em suas bagagens. Eles se referiam a uma bomba de sucção utilizada para a confecção de pranchas de surfe. Ontem foi decretada prisão domiciliar dos dois, mas eles acabaram sendo surpreendidos com a ordem de prisão da imigração e aguardarão o julgamento criminal em um centro de detenção para imigrantes ilegais.
O embaixador João Almino contou a Edísio Souto que os rapazes, no centro de detenção de Miami, estão "com ânimo bom" e confiantes de poderem retornar logo ao Brasil. Dois defensores públicos foram designados para cuidar do caso e, segundo o cônsul, tratam-se de profissionais bem conceituados em Miami. O embaixador também informou ao presidente da comissão da OAB que há uma nova advogada prestando serviços no caso dos dois brasileiros, sobre o processo de imigração.
De acordo com a legislação dos Estados Unidos, uma pessoa não pode ser deportada se estiver respondendo a processo criminal. "É exatamente o caso dos brasileiros. Embora os dois processos corram juntos, eles terão que aguardar a decisão do processo criminal (sobre a menção à bomba de sucção) para depois ser iniciada a ação de imigração", explicou Edísio Souto.
No centro de detenção ficam reclusos apenas os envolvidos em problemas de imigração - tentativa de ingressar nos EUA com passaporte falso ou visto vencido. Há presos de várias partes do mundo, mas não há reclusos considerados perigosos.
Com informações da Ordem dos Advogados do Brasil