Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou hoje que o Brasil tenha tido o que chamou de "momentos de equívoco" em sua política educacional, por dar prioridade no passado a quantidade de alunos na escola, em detrimento da qualidade do ensino. Em seu primeiro ano de governo, disse o presidente, constatou-se que mais de 50% das crianças que terminavam a 4ª série do ensino fundamental não sabiam fazer uma das quatro operações matemáticas e não conseguiam interpretar textos.
Ao visitar a quadra da Escola de Samba Portela, onde compareceu ao lançamento da Proposta de Implementação dos Objetivos do Milênio nas comunidades de Madureira, Oswaldo Cruz e bairros vizinhos, Lula disse que o país hoje está comprometido em levar educação básica de qualidade a toda criança. O compromisso corresponde à segunda meta do milênio. Os objetivos foram estabelecidos pelos países das Nações Unidas, em Roma, em 2002, para serem cumpridos até o ano de 2015.
O presidente se disse feliz por ter um tema como a fome sendo discutido no âmbito de reuniões internacionais, ao comentar a primeira meta do milênio, que é o fim da miséria e da fome. "Vamos precisar de muita solidariedade para resolver esse problema a curto e médio prazo", constatou.
Lula reconheceu que será preciso trabalhar arduamente para cumprir as metas do milênio, ao citar a quarta meta, redução da mortalidade infantil. "No Brasil e em outros países da América Latina, da Ásia e da África crianças ainda morrem de desnutrição e uma das principais causas é a diarréia", lamentou. O presidente disse que, entre 1995 e 2002, mais de 300 mil crianças morreram no Brasil de doenças adquiridas pela inexistência de saneamento básico. "Se a gente não fizer o esforço, corremos o risco de chegar a 2015 sem cumprir aquilo que prometemos".
O presidente Lula ressaltou dois programas brasileiros positivos, que já se encaixam nas metas do milênio, que é o programa de combate a aids e o acompanhamento pré-natal de gestantes.