Nasi Brum
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Trabalhar na educação ambiental para proteger áreas onde há riscos de degradação. Essa é a proposta de uma parceria feita entre a Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal e a organização não-governamental WWF-Brasil.
No Dia do Cerrado, ambientalistas e alunos de escolas públicas do DF visitaram a Estação Ecológica de Águas Emendadas, a 50 quilometros de Brasília. Com mais de 10 mil hectares, a área abriga o divisor de águas das bacias dos Rios Paraná e Tocantins. Pouco divulgado, o fenômeno de Águas Emendadas é único na América Latina. Em seis quilômetros nascem dois cursos d’agua que seguem em sentidos opostos.
Os técnicos, ambientalistas e os próprios estudantes constataram que a reserva vem sendo ameaçada. "Nas proximidades há plantações de soja, condomínios residenciais e a cidade de Planaltina, onde a população, hoje em 150 mil pessoas, vem aumentando" afirmou Gadelha Neto, assessor da WWF.
Diante da situação, o governo do Distrito Federal quer investir na educação ambiental de moradores da região. Uma das idéias é mostrar aos estudantes o que pode acontecer no meio ambiente com a degradação do cerrado. Também está sendo desenvolvido o projeto "Adote uma Nascente", onde um grupo poderá se responsabilizar pelos cuidados de uma nascente de água.
Nas proximidades da Estação existem nascentes da bacia do Rio São Francisco. Os técnicos acreditam que esses recursos hídricos merecem especial atenção, pois a maioria dos cursos d’àgua faz parte da bacia do Rio São Bartolomeu, uma das últimas opções de abastecimento do Distrito Federal.
Em 1992 a Estação de Águas Emendadas foi declarada pela Unesco como núcleo da Biosfera do Cerrado. Ela ainda abriga animais em risco de extinção, como o lobo guará, tamanduá bandeira, lontra e suçuarana. A visitação pública ao local não é permitida.