Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, disse hoje que as fiscalizações realizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Federal de Psicologia nos hospitais psiquiátricos de 16 estados comprovam o empenho da sociedade em acabar com uma prática de tratamento que vem da época da ditadura.
"Todos os países que passaram por períodos de autoritarismo, de ditadura, criaram hospícios, manicômios, a internação e utilizaram até violência contra as pessoas portadoras de deficiência mental. Desde a recuperação da democracia, vem crescendo na sociedade o movimento pela reforma psiquiátrica, antimanicomial, que é fundamental para o país", afirmou, acrescentando que "é um compromisso do nosso governo estar convocando a sociedade para realizar essa reforma".
Segundo o ministro, o acompanhamento dos profissionais de psicologia representa "uma grande aliança para mostrar que essas pessoas (portadoras de deficiência mental) têm direitos. Não são párias da sociedade e têm de ser preservadas. É preciso mudar essa idéia de internar essas pessoas e submetê-las a sofrimentos continuados".
Para Nilmário Miranda, existem maneiras mais humanas e justas de atender os portadores de deficiência mental, como o atendimento ambulatorial, o domiciliar e o hospital-dia – quando o paciente permanece em tratamento apenas durante o dia. Em sua opinião, "levar a pessoa portadora de sofrimento mental à internação só deve ser feito quando isso for absolutamente necessário e pelo menor tempo possível".