Clínica de psiquiatria do Rio ainda usa eletrochoque

23/07/2004 - 19h21

Tárcio Santos
Repórter da Agência Brasil

Rio - A blitz realizada quinta-feira (22) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em clínicas psiquiátricas de 16 estados brasileiros teve, no Rio, acompanhamento do Grupo Tortura Nunca Mais, representado pelas psicólogas clinicas Maria Beatriz Sá Leitão e Sonia Francisco. Foram visitadas duas clínicas, uma privada e outra pública.

Na clínica da Gávea (privada), os profissionais da OAB e do CFP constataram que não existe projeto de ressocialização dos pacientes. Além disso, foram encontrados pacientes idosos descalços e sem agasalho, apesar do frio registrado no Rio nos últimos dias.

No Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Botafogo, a blitz constatou que, com a aprovação dos diretores da instituição, ainda se usa o método de eletrochoque, que foi praticamente abolido no tratamento de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Cada uma das clínicas atende, em média, a 200 pacientes.

A blitz nas clínicas do Rio foi acompanhada também por um representante do Movimento
Antimanicomial, jornalista Edvaldo Nabuco. O representante da OAB foi o advogado Armando Júnior.