Brasília, 29/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Novidades da zootecnia estão sendo mostradas no 6º Congresso Internacional de Zootecnia, que se realiza até segunda-feira (31), no Hotel Blue Tree, em Brasília. Muitas das inovações trazem benefícios diretos à população, como a nova técnica de uso de aditivos naturais na ração do frango de corte. Desenvolvida pelo pesquisador Ari Antônio Fischer Júnior, de San Jose (Costa Rica), a nova técnica de produção de frango diminui os níveis de hormônios encontrados nas aves.
O organizador do evento, Ronaldo Lopes, destaca também a nova técnica de avaliação da carne suína por meio de ultra-som. Dessa forma, os pesquisadores podem avaliar os resultados de mudanças na criação de suínos sem ter que abater os animais.
"Com o tema desse ano "Zootecnia e Agronegócios", estamos inserindo a produção animal dentro do carro-chefe da nossa economia que é o agronegócio, que responde hoje por um terço do PIB brasileiro. Estamos buscando formas de trabalhar mais eficientemente a produção animal para viabilizar o agronegócio", explica Lopes.
Os organizadores estimam que mais de 2.000 profissionais das ciências agrárias e estudantes da área, e acreditam que a palestra mais esperada será a do americano Milo Wiltbank, apresentado como a maior autoridade mundial em reprodução animal.
Um tema próximo dessa especialidade é a criação comercial de animais silvestres. Délcio César Cordeiro Rocha, pesquisados desse assunto, estudou a cadeia produtiva do cateto e do queixada, conhecidos popularmente como porcos-do-mato. Segundo ele, de 10 animais nascidos na natureza apenas um chega à idade adulta. Em cativeiro, a produtividade chega a 80%.
Além da preservação da fauna brasileira, a produção de animais silvestres em cativeiro, com autorização do Ibama, pode ser um bom negócio. É possível encontrar as chamadas carnes exóticas por R$ 70 o quilo, segundo o pesquisador.
Délcio Rocha acredita que o desenvolvimento do manejo de animais silvestres também pode contribuir para reduzir o tráfico ilegal da fauna. "É muito mais prático para a pessoa, mesmo que pague a mais por um animal, saber que ele é certificado pelo Ibama, que é permitido criá-lo, viajar com ele sem perigo de ser preso ou responder criminalmente pela posse desse animal", defende o pesquisador.