Rio, 29/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) informou que dois reféns foram liberados pelos amotinados da Casa de Custódia de Benfica. Eles foram trocados por socorro médico para cinco detentos que ficaram feridos, sem gravidade, no início da rebelião, por volta das 06h30 da manhã.
A Secretaria esclareceu que 17 presos conseguiram escapar por baixo do portão principal da unidade, inaugurada em abril, mas que três deles foram recapturados na subida do morro da Mangueira. Outros 14 continuam foragidos.
A rebelião iniciada após a fuga já dura mais de dez horas. Os presos atearam fogo em colchões e lençóis e destruíram parte das instalações do prédio. Até agora, 24 pessoas continuam mantidas como reféns, entre eles, vários PM’s reformados que fazem parte de uma cooperativa de vigilância da Casa de Custódia, agentes penitenciários e o pessoal da faxina.
Os presos de dentro da unidade estavam armados com fuzil AK-47, de fabricação russa, e davam tiros nos militares que estavam no alto das guaritas. Eles recebiam cobertura de homens do lado de fora e também de traficantes da favela do Arará, vizinha ao prédio, que atiravam contra os policiais.
As negociações com os detentos são comandadas por um tenente-coronel da Polícia Militar, dois majores da corporação, dois defensores públicos e o subsecretário de Direitos Humanos, Paulo Bahia. A Casa de Custódia tem atualmente 900 presos, mas sua capacidade é para abrigar 1.310 internos.