11/07/2010 - 13h20

Cirurgia de Alencar foi realizada com sucesso e ele permanece na UTI, diz boletim

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O vice-presidente da República, José Alencar, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês. De acordo com o boletim médico divulgado às 13h, Alencar foi submetido na manhã de hoje (11) a um cateterismo, que detectou uma obstrução grave na artéria descendente anterior do coração.

Os médicos realizaram uma angioplastia e colocaram um stent, peça parecida com uma pequena mola, que impede a interrupção do fluxo sanguíneo. O boletim informa que a cirurgia foi realizada com sucesso.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) visitou Alencar na UTI e disse que o estado de saúde do vice-presidente é bom e que ele conversa normalmente.

Alencar compareceu ao hospital na última quarta-feira (7) para uma sessão de quimioterapia e foi internado porque apresentou um quadro de hipertensão. Há mais de dez anos o vice-presidente luta contra o câncer e já passou por 15 cirurgias.

Edição: Andréa Quintiere

 

11/07/2010 - 13h14

Usina de Belo Monte deve gerar mais de 11 mil megawatts

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Usina de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará, deve exigir investimentos próximos dos R$ 25 bilhões e vai gerar 11.233 megawatts (MW) quando estiver produzindo a plena carga.

Será uma das quatro maiores usinas do mundo e a maior inteiramente nacional em capacidade de geração de energia. Ela só ficará atrás da Usina de Três Gargantas, na China, da Itaipu Binacional, na fronteira do Brasil com o Paraguai, e de Xinadou, também na China. 

Diferentemente do que estava previsto no primeiro projeto, quando a estimativa era de um reservatório de 1.200 quilômetros quadrados (km²), no segundo projeto a área da usina caiu para pouco mais de 500 km².

Ainda assim, Belo Monte terá energia suficiente para abastecer uma região com mais de 25 milhões de habitantes. O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada 40 quilômetros abaixo da cidade de Altamira (PA). A área alagada envolverá três municípios - Vitória do Xingu, Brasil Novo e Altamira.

Depois de sucessivos adiamentos, o leilão foi realizado no dia 20 de abril em apenas 10 minutos, mas sob efeito de liminar que colocava em risco a sua validade. A usina foi arrematada pelo Consórcio Norte Energia, que ofereceu o menor preço pela energia elétrica gerada.

A previsão é de que a usina comece a operar parcialmente no início de 2015. Sua construção, no entanto, ainda divide opiniões e gera criticas de ambientalistas e acadêmicos. Eles afirmam que a construção da hidrelétrica vai provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a fauna e a flora da região. Alegam ainda que a obra vai inundar permanentemente os igarapés  que cortam Altamira e parte da área rural de Vitória do Xingu.

Edição: Graça Adjuto

11/07/2010 - 13h01

Eletrobras: composição de sociedade para Belo Monte sai em dez dias

Nielmar de Oliveira*
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes, informou que nos próximos dez dias a empresa concluirá a criação da Sociedade de Propósito Específico (SPE) com a composição do consórcio que vai construir a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

Em entrevista à Agência Brasil, Muniz Lopes disse que a Eletrobras trabalha com a perspectiva de que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceda antes de setembro a licença provisória, de modo que a empresa inicie as obras civis de Belo Monte, principalmente o canteiro de obras, ainda neste ano.

“A expectativa é de que até o fim do ano possamos construir o canteiro de obras e dar início às obras civis da usina, de modo que quando chegar o verão estejamos prontos para acelerar o ritmo de execução das obras”.

Muniz acredita que a holding do sistema elétrico brasileiro possa utilizar, em Belo Monte, a experiência adquirida nas usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), o que facilitará o trabalho e antecipará o início das obras no Xingu.

“Nós só estamos esperando obter a licença  provisória para começar a trabalhar, por exemplo, no remanejamento das populações ribeirinhas, na implantação do canteiro de obras. Eu tenho um desejo imenso de que as obras físicas de Belo Monte [principalmente o canteiro e as obras preliminares nas cidades de Altamira e Vitória] possam ter início ainda este ano."

Para o presidente da Eletrobras, o ideal é que não se passe outro inverno antes do início das obras, “porque se tivermos uma cheia grande no Xingu e for à noite, quando as pessoas estiverem dormindo, poderemos ter um desastre nos estados de Alagoas e Pernambuco”.

Sobre as críticas de ambientalistas ao projeto de Belo Monte, obra avaliada em cerca de R$ 25 bilhões, Muniz lembrou que trabalha no desenvolvimento do projeto da usina há cerca de 20 a 25 anos.

“Chegamos a fazer o primeiro projeto para a construção da usina, que envolvia um reservatório de 1.200 quilômetros quadrados (km²), chegamos mesmo a elaborar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental EIA/Rima) e o entregamos formalmente ao Ibama ainda na década de 90”.

Ele lembrou que mais recentemente foi feito outro Relatório de Impacto Ambiental para um projeto menor, com novas exigências do Ibama.

“A demora excessiva nos últimos anos foi que surgiram demandas que eram colocadas a cada momento pelo Ibama. E, no final, praticamente fizemos um projeto do ponto de vista ambiental dos melhores que já foram feitos no Brasil. Todas essas grandes construtoras participaram do fechamento do inventário, da avaliação ambiental integrada e do EIA/Rima do projeto atual” garantiu.

Muniz contestou a versão que chegou a circular na imprensa de que houve pressão por parte do governo federal para que o Ibama liberasse a licença ambiental em tempo recorde. “É equivocado dizer que houve pressão sobre o Ibama. Nós contávamos com a licença ambiental em novembro e ela só foi sair no fim de janeiro. Então, não houve de forma alguma pressão sobre o Ibama. Nós já vínhamos trabalhando com o Ibama desde o começo do ano passado. O que houve foi problema de descontinuidade dentro do próprio instituto. A pressão foi normal tendo em vista que nós precisamos continuar expandindo a oferta de energia no Brasil”, afirmou.

Defensor da obra desde os tempos em que presidia a Eletronorte, Muniz garantiu que não existe no país nenhum projeto que tenha um Relatório de Impacto Ambiental da qualidade do de Belo Monte. “O problema é que Belo Monte está situada em uma área que já traz um passivo”.

O presidente da Eletrobras não quis falar sobre possíveis parceiros e nem confirmar informações que circulam no mercado sobre a participação dos fundos de pensão de empresas públicas no empreendimento.

“Nós temos uma forma de atuar onde delegamos às diretorias específicas a gestão das atividades. Me considero um presidente ao contrário, uso a pirâmide invertida. Fico por baixo, apoiando os setores e se eventualmente precisarem da minha ajuda, estou pronto a colaborar”.

Ele lembrou que no caso de Belo Monte, cabe ao diretor de Engenharia, Valter Cardeal, negociar a composição da SPE. “São engenharias financeiras difíceis e o Cardeal é quem está à frente desse processo. Elas exigem cuidados grandes para que o passo decisivo seja dado da melhor maneira possível”, avaliou.

A Eletrobras e suas subsidiárias (Chesf e Eletronorte) ficarão com 49,98% da SPE de Belo Monte.

*Colaborou Sabrina Craide

Edição: Graça Adjuto   

 

11/07/2010 - 12h58

Mil e quinhentos militares do Exército fiscalizam produção e comércio de armas

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O controle das armas de fogo no Brasil é uma função compartilhada entre a Polícia Federal e o Exército. No entanto, a fiscalização da produção, exportação, importação e dos estabelecimentos comerciais autorizados a vender armas cabe somente ao Exército. A tarefa envolve 1.500 militares, de 270 unidades, que integram uma rede coordenada pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC).

De acordo com o assessor da DFPC, coronel Achiles Santos Jacinto Filho, esses militares são responsáveis por vistoriar as fábricas de armas, o comércio especializado, as operações de exportação e importação e parte das autorizações de compra de armas no país.

“A arma só sai da fábrica depois que o fiscal autoriza a circulação desse produto. E quando ela sai da fábrica, já se sabe o destino dela. Por meio do Sistema de Controle Fabril (Sicofa), sabe-se quem é o comprador dessa arma, se foi o comércio, se foi pessoa física, se ela foi exportada”, conta o coronel.

Uma vez no comércio, o Exército diz que mantém o controle da arma por meio de vistorias periódicas nas lojas para verificar os documentos, as condições de segurança, os estoques e calibres que estão sendo vendidos, uma vez que o comércio não pode vender armas de calibre restrito, utilizadas pelas Forças Armadas.

Já a função de controle da venda do comércio para o consumidor final é compartilhada com a Polícia Federal. Em geral, essa tarefa fica com a Polícia Federal, que registra as vendas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Mas, em alguns casos, como a venda para colecionadores, atiradores e caçadores, o controle é do Exército, que registra as vendas pelo Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma).

O Exército diz que, com esse sistema, consegue fazer um controle efetivo das armas de fogo no país, evitando que esses produtos sejam desviados para as mãos de criminosos. Mas não é o que pensa o sociólogo Antonio Rangel Bandeira, especialista em controle de armas da organização não governamental Viva Rio.

Para Bandeira, o controle do Exército sobre as 666 lojas autorizadas a vender armas no Brasil é muito “ineficiente” e isso foi provado durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Armas, realizada em 2006 na Câmara dos Deputados. Segundo ele, a CPI mostrou que muitas armas vendidas em lojas do Rio de Janeiro acabavam nas mãos de bandidos.

“Temos um descontrole dos comerciantes de armas no Brasil. Queríamos que o controle do comércio passasse do Exército, como é hoje, para a Polícia Federal, por uma razão muito simples: isso não é função de militar, isso é função de polícia, que fiscaliza normalmente o comércio no Brasil para evitar fraude, contrabando e evitar que essas armas acabem vendidas, por baixo do pano, para a bandidagem”, disse Bandeira.

Em defesa do Exército, o coronel Achiles Santos diz que a efetividade do controle se traduz em números. Segundo ele, em 2009, por exemplo, o Exército fez mais de 16 mil vistorias em lojas, fábricas e zonas de importação e exportação de armas.

Mais de mil processos administrativos foram abertos pelo Exército por suspeitas de alguma irregularidade. De acordo com o coronel, a maioria dos processos foi aberto por conta da existência de estoques de armas e munições maiores que os permitidos nos estabelecimentos comerciais. “Isso pode resultar em multas, suspensão do registro e outras sanções previstas no decreto [5.123, de 2004, que regula o comércio de armas no Brasil].”

Edição: Andréa Quintiere
 

11/07/2010 - 12h46

Alencar passa bem e conversa normalmente após cateterismo, diz Tuma

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O senador Romeu Tuma (PTB-SP) visitou há pouco o vice-presidente da República, José Alencar, que está internado no Hospital Sírio-Libanês desde a última quarta-feira (7). Na manhã de hoje (11), Alencar foi submetido a um cateterismo para desobstruir uma artéria próxima ao coração.

De acordo com Tuma, o estado de saúde do vice-presidente é bom e ele conversa normalmente. “Foi até emocionante o nosso reencontro, porque ele está emocionado com o resultado positivo. Ele quer voltar a trabalhar. Ele quer viver.”

Durante o cateterismo, segundo informações repassadas a Tuma, foi identificado um estreitamento da artéria e colocado um stent, peça parecida com uma pequena mola, que impede a interrupção do fluxo sanguíneo. “ Ele deve ser dispensado do hospital em três dias," disse o senador

Alencar compareceu ao hospital na última quarta-feira para uma sessão de quimioterapia e foi internado porque apresentou um quadro de hipertensão. Há mais de dez anos o vice-presidente luta contra o câncer e já passou por 15 cirurgias.

Edição: Andréa Quintiere


 

11/07/2010 - 12h26

Polícia Federal diz que falta integração com Exército para controle de armas

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Uma determinação do Estatuto do Desarmamento - que poderia garantir maior controle da polícia sobre as armas de fogo no país - ainda não foi cumprida pelas autoridades governamentais, mesmo passados cinco anos do prazo dado pela lei.

O Decreto 5.123, de 2004, regulamentou o estatuto aprovado no ano anterior e previa que os dois sistemas de controle de armas no país - o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma) do Exército - deveriam ser integrados até julho de 2005.

O Sinarm é responsável pelas armas de civis, das polícias Federal, Civil e Legislativa, das guardas municipais, dos agentes penitenciários e das empresas de segurança privada. Já o Sigma é responsável pelas armas das Forças Armadas, das polícias e bombeiros militares, dos órgãos da Presidência e de colecionadores, atiradores e caçadores.

A Polícia Federal (PF) diz que, como os sistemas ainda não foram integrados, não pode ter acesso a dados importantes do sistema controlado pelo Exército. Segundo a delegada da Divisão de Repressão ao Tráfico de Armas da PF, Alessandra Borba, o Exército alega que há dados confidenciais no Sigma que podem colocar em risco a segurança nacional, como o tamanho do arsenal das Forças Armadas.

Alessandra Borba diz que concorda com a confidencialidade de alguns dados, mas que há informações no Sigma que poderiam ser compartilhadas com a Polícia Federal sem qualquer problema, como os registros das armas de colecionadores, atiradores e caçadores.

“A gente entende que não tem razão o sigilo em torno desses dados. Muitas instituições não governamentais defendem que não há razão para que esses dados continuem sob o comando do Exército. Sob uma análise objetiva, essa não é uma informação que interesse à segurança nacional. Na verdade, essas pessoas são civis, em sua maioria, com posse de armas, que têm acesso a um arsenal muito maior do que o necessário e que deveriam vir para um cadastro único”, afirma Borba.

O acesso a informações sobre colecionadores, atiradores e caçadores facilitaria à Polícia Federal investigar esquemas de desvio de armas e munições, como o descoberto na Operação Chumbo Grosso. Na ação, realizada em maio deste ano no Rio Grande do Sul, os policiais desarticularam um esquema de desvio de armas por colecionadores, atiradores, clubes de tiro e armeiros - oito pessoas foram presas e mais de 500 armas foram apreendidas.

No caso dessa operação específica, a Polícia Federal dependeu de uma informação repassada pelo Exército, que suspeitou do envolvimento de um major no esquema.

Mas, segundo o coronel Achiles Santos Jacinto Filho, da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército, a Polícia Federal já tem acesso a alguns dados do Sigma, ainda que de forma restrita.

De acordo com o oficial, o Exército já encaminhou ao Ministério da Defesa uma proposta de integração dos dois sistemas. “Isso depende de uma portaria interministerial e essa portaria ainda não saiu. Agora, já iniciamos o contato com a Polícia Federal. Nossa intenção é ir lá, conversar com eles para tratarmos desse assunto. Mas friso que existe a integração, o que há é uma demanda da polícia que gostaria de ter mais informações”, afirma o coronel.

Sobre as armas de colecionadores, atiradores e caçadores, Achiles Santos diz que o controle permanece com o Exército porque muitas das armas dessas pessoas são de calibre restrito, cuja responsabilidade de fiscalização cabe aos militares.

Edição: Andréa Quintiere

 

11/07/2010 - 11h56

Comércio de armas de fogo aumenta 70% no Brasil desde referendo de 2005

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O número de armas de fogo vendidas no Brasil aumentou 70% desde a aprovação do comércio de armas em um referendo nacional, realizado em 2005. Segundo dados da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército, obtidos pela Agência Brasil, em 2005 foram vendidas 68 mil armas. Em 2009, esse número já chegava a 116,9 mil.

Neste ano, completam-se cinco anos desde a realização do referendo nacional, no qual a população decidiria se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido. A consulta popular havia sido prevista pelo Estatuto do Desarmamento, aprovado dois anos antes, e que impôs regras mais rígidas para o registro de armas.

No referendo, 59 milhões de pessoas optaram por manter o comércio de armas de fogo, contra apenas 33 milhões que queriam a proibição. Os dados do Exército mostram que a venda de armas no país - que havia sido reduzida 89% entre 2001 e 2004 devido ao estatuto - voltou a crescer depois do resultado do referendo.

Apesar do comércio de armas de fogo ainda ser bastante inferior ao de antes do estatuto - em 2001 foram vendidas 566 mil armas no país -, os números mostram um crescimento das vendas entre o ano do referendo e o ano passado.

O sociólogo Antonio Rangel Bandeira, especialista em controle de armas da organização não governamental Viva Rio, que defendeu a proibição do comércio na campanha de 2005, lamenta o resultado do referendo e se diz preocupado com o aumento das vendas de armas de fogo.

“O grande problema do crime é a arma pequena, que é comprada em loja ou roubada do cidadão de bem, que, por sua vez, comprou essa arma numa loja. Ao proibir o comércio, você fecharia uma das grandes fontes, para não dizer a maior fonte, que abastece a criminalidade de armas”, disse.

Já o assessor e ex-subdiretor de Fiscalização da DFPC, coronel Achiles Santos Jacinto Filho, minimiza o crescimento apresentado pelos números do Exército. Segundo ele, o crescimento nos últimos anos, que teve um pico em 2008 com a venda de 133,7 mil armas e uma leve queda em 2009, não foi tão expressivo.

O coronel acredita que o comércio de armas deverá se estabilizar e não alcançará níveis como os do início da década de 2000. “O aumento, principalmente em 2008 e 2009, se deveu a alguns fatores como a autorização para que os policiais pudessem adquirir armas do calibre .40. Então houve umas aquisições que são reflexo disso. Mas a tendência é que se mantenha uma estabilidade no comércio”, afirma o coronel.

Segundo dados do Exército, as armas mais vendidas para os cidadãos comuns são os revólveres e pistolas, nos calibres 32, 38 e 380. Já os policiais e militares adquirem mais as pistolas 9 milímetros e .40.

Os dados do Exército, que se referem às armas nacionais vendidas dentro do país, mostram a seguinte tendência: em 2001 foram vendidas 566,2 mil armas. Esse número caiu para 313,2 mil em 2002 e para 115,9 mil em 2003 (ano do estatuto), atingindo 63,6 mil no ano seguinte. Em 2005, o comércio começou a subir: 68 mil.

A trajetória de crescimento se mantém até 2008, com 81,2 mil armas vendidas em 2006, 92,7 mil em 2007 e 133,7 mil em 2008. Em 2009, as vendas caem para 116,9 mil, ou seja, 70% a mais do que em 2005.

A Agência Brasil também teve acesso aos dados de armas importadas pelo país - exceto aquelas importadas pelas Forças Armadas. O comércio de armamento importado no Brasil também mostra crescimento entre 2009 e 2005. Em 2009, o Brasil importou 3,2 mil armas, isto é, quase três vezes mais do que em 2005, quando foram importadas 1,1 mil.

Edição: Andréa Quintiere
 

11/07/2010 - 11h16

Países estimulam prática de esporte em grandes eventos

 

Beatriz Arcoverde
Repórter do Radiojornalismo

Brasília - Quando um país recebe um evento esportivo, o bom desempenho da seleção anfitriã é mais uma preocupação das autoridades. A difusão do esporte e a preparação dos atletas deve ser planejada com antecedência.

Na França, os organizadores assinam um acordo que define as atividades, os projetos e o financiamento para a promoção do esporte entre estudantes e universitários. O compromisso vale por dois anos antes do evento e um ano depois. Ele é formalizado pelo governo federal, as administrações regionais, as prefeituras e federações esportivas.

Para a secretária-geral para Grandes Eventos Esportivos da França, Therése Salvador, a ação beneficia a comunidade. “A população escolar é a mais sensível a isso. Porque paralelamente ao projeto, realizado com equipes educativas, os professores recebem uma formação sobre a prática do esporte em questão, seja ele futebol, rúgbi, handebol, judô ou esgrima. Todas essas convenções têm como objetivo promover o esporte que fará parte do evento. Muitas vezes, após uma Copa, por exemplo, vemos um aumento grande de associados aos clubes. É o que chamamos de efeito induzido da competição.”

Além do compromisso de incentivar o esporte nas escolas, Therése Salvador informou que em grandes eventos como a Copa do Mundo também são implantados projetos de inclusão. “Eu gostaria de destacar que projetos de inclusão de jovens em dificuldade também são realizados para ajudá-los a se integrar à sociedade. É o que chamamos de parte social."

No caso da Alemanha, a tradição do futebol já contagia a população. Mesmo assim, o responsável pelo Departamento de Esporte no Senado alemão, Jorg Fisher, destacou que a Copa de 2006 incentivou o esporte, principalmente entre as mulheres.

“O entusiasmo foi muito grande durante a Copa e continuou depois, especialmente na parte do futebol feminino, que recebeu um empurrão. Mais garotas foram inscritas em clubes, que fundaram mais times femininos. E isso é uma razão pela qual o Mundial de Futebol Feminino de 2011 se realizará na Alemanha. Esse desenvolvimento está diretamente ligado à Copa do Mundo de 2006."

Além disso, Fisher ressaltou que depois de 2006 as famílias começaram a frequentar mais os estádios. “Depois da Copa, foi registrado maior número de visitantes do sexo feminino nos estádios, pois antes o futebol era um esporte assistido principalmente por homens. Depois, tornou-se um esporte de família, quer dizer: homem, mulher, criança, jovem, velho, todos frequentam os estádios."

Na África do Sul, o futebol é o esporte popular. O rúgby também é paixão nacional, mas no passado simbolizava a dominação da minoria branca, por isso o futebol ganhou mais espaço. As crianças jogam em qualquer lugar e quando falta a bola, improvisam com sacos plásticos. Nas escolinhas de futebol, meninos e meninas jogam juntos, querendo ser craques.

Para o assessor especial de Futebol do Ministério do Esporte, Alcino Reis Rocha, a Copa de 2014 no Brasil pode ser importante para fortalecer o futebol feminino e os clubes. “Nós somos referência de futebol no mundo, o país com o maior número de títulos na Fifa [Federação Internacional de Futebol], com o maior número de jogadores atuando no exterior. A intenção do governo federal, com a realização da Copa em 2014, é tentar desenvolver projetos que estimulem mais o futebol.

Edição: Graça Adjuto

 

 

11/07/2010 - 10h45

País deve aproveitar Copa do Mundo para incentivar turismo

 

Beatriz Arcoverde

Repórter do Radiojornalismo

Brasília - O turismo é um setor vital para os países que sediam uma Copa do Mundo de Futebol. Em 1998, a França recebeu para o Mundial 500 mil turistas, o Japão em 2002, 400 mil, e a Alemanha em 2006, o número recorde de 2 milhões.

De acordo com o consultor da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e diretor da Federação Alemã de Futebol Horst Schmidt, em quase todas as localidades houve um crescimento de 5% a 7% no número de turistas um ano depois do Mundial. Ele disse que o evento foi um motivo para que o setor hoteleiro se renovasse. “Construções ou restaurações de hotéis são necessárias em um acontecimento desse porte. Devemos nos certificar se há leitos disponíveis para receber milhares de torcedores de todo o mundo."

O seminarista Bruno Pereira está em Berlim há cinco anos e conta que a recepção positiva dos alemães, historicamente conhecidos pelo preconceito contra estrangeiros, foi importante. “Essa ação da Copa do Mundo dá às pessoas um pouco de calor humano. Visitantes chegaram aqui de todo o mundo num espírito realmente de muita alegria. Eu me lembro dos alemães muito felizes com tudo isso, de receber as pessoas, esse jogos."

Na França, a Copa foi importante para levar turistas a outras regiões. O líder da maioria no Conselho Municipal de Marselha, Ives Morraine, destacou que a Copa foi importante para mudar a imagem da cidade. “Vendo a longo prazo, é certo que a Copa do Mundo de Futebol de 1998 foi uma reviravolta para Marselha. A cidade mudou de ares. Antes de 1998, era conhecida como Marselha, a mal-amada, Marselha e seus problemas de delinquência, Marselha perigosa. A partir de 1998, com as imagens transmitidas para o mundo inteiro, a cidade virou moda”.

Saint Dennis, que fica a dez quilômetros de Paris, era uma região abandonada. Com a construção do Estádio da França e a transformação na infraestrutura local, mais pessoas visitam hoje o local. A secretária-geral para Grandes Eventos Esportivos da França, Therése Salvador, conta que depois da Copa muita coisa mudou.

“As pessoas não vêm apenas de Saint-Dennis. Quando há uma ópera ou um show, o estádio fica cheio de gente vinda de toda a França. Tudo isso obrigou uma melhoria de hotéis, restaurantes, decoração e da manutenção da cidade. As pessoas se tornaram orgulhosas de morar lá. Elas gostaram do fato de a cidade ter ficado mais limpa. Saint-Denis é um lugar visitado, há uma Basílica, onde estão enterrados os reis da França”.

Na África do Sul, as primeiras estimativas eram de 750 mil turistas, número que caiu para 250 mil. De acordo com os organizadores, as previsões foram reduzidas devido à crise econômica que afetou grande parte dos países apaixonados por futebol e ao alto custo de viajar ao Continente Africano. Por outro lado, também há o problema da violência, que pode ter afastado muitos turistas.

O Brasil se prepara para oferecer financiamentos a obras de infraestrutura básica, hoteleira e de lazer. Já estão à disposição US$ 1 bilhão, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e US$ 1 bilhão, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a construção e reforma de hotéis e pousadas, que quanto mais sustentáveis mais vantagens terão. A Cooperação Andina de Fomento também está financiando o Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) em todo o país.

O ministro do Turismo, Luiz Barretto, disse que o grande legado para o setor será a ampliação do número de destinos no país, a melhoria da infraestrutura, dos hotéis e da qualificação profissional. “É importante nessa experiência dos jogos mobilizar toda a sociedade para a realização da Copa. Não vai ter jeitinho brasileiro, nós não vamos poder mudar as datas. Isso funciona como um grande planejamento, já que as entregas vão ocorrer perto dessa data”.

Barretto explicou que são trabalhados quatro grandes eixos - no primeiro a infraestrutura, no segundo a qualificação, no terceiro a hotelaria e no quarto a promoção. "O grande legado que a gente pode deixar na promoção é tornar o destino mais conhecido”.

A expectativa no Brasil é de que 600 mil turistas visitem as cidades-sede dos jogos da Coipa de 2014.

Edição: Graça Adjuto

 

11/07/2010 - 10h16

Voluntários são fundamentais em grandes eventos esportivos

 

Beatriz Arcoverde

Repórter do Radiojornalismo

Brasília - O trabalho voluntário é considerado mão de obra fundamental para o sucesso de grandes eventos esportivos, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. Os voluntários acompanham delegações, atendem convidados especiais e colaboram para que tudo saia como programado.

Na Copa do Mundo de 1998, a França contou com 12 mil pessoas. A secretária- geral para Grandes Eventos Esportivos do país, Therése Salvador, destacou que a população tem papel importante em diversas áreas. “Se falamos sobre o papel da população, evidentemente existem diversos setores a serem explorados, antes de tudo na própria organização esportiva. Há várias pessoas que trabalham ao mesmo tempo como especialistas e voluntários. Os grandes eventos precisam muito de voluntários”.

Na Alemanha, em 2006, foram 15 mil voluntários, como a brasileira Maria Kilchenstein, que se orgulha do trabalho realizado. “Uma experiência que é marcante, inesquecível. É um trabalho emocionante também, porque você está ali integrado, sabe que está participando de um acontecimento que envolve o mundo inteiro, que o mundo inteiro está de olho naquilo ali e você está ali dentro trabalhando e ajudando.”

O trabalho exige disposição para cumprir horário, bom humor, paciência para lidar com as pessoas e neutralidade. Therése Salvador disse que o país deve formar voluntários. “É importante saber que cultura, educação, integração social, turismo, tudo precisa de muito voluntariado. Há um apelo muito grande por voluntários e por formar voluntários. Para que eles vivam o evento e se sintam orgulhosos de participar, para que numa próxima oportunidade eles voltem”.

O representante do Departamento de Esporte no Senado alemão Jorg Fischer também destacou a importância dos colaboradores. “Teve um programa de voluntários oficiais da Federação Internacional de Futebol (Fifa), foram milhares de pessoas que vieram de Berlim, como de toda a Alemanha, e que prestaram assistência a torcedores. Foram mais de 5 mil voluntários que se colocaram à disposição somente em Berlim”.

O trabalho não é remunerado, mas para Maria Kirshstein, tem suas compensações. “O que a gente recebeu foi ajuda de custo para alimentação e transporte e as roupas oficiais da Fifa. Vale a pena saber que você está fazendo parte de um grande acontecimento e que aquilo que está faz é fundamental para uma grande obra funcionar.”

O candidato a voluntário é escolhido depois de passar por uma seleção, que inclui teste de inglês, dinâmica de grupo e avaliação de conhecimentos sobre os procedimentos. Falar outras línguas, ter conhecimentos jurídicos, de informática ou medicina, como também carteira de motorista são diferenciais importantes na hora da escolha.

Maria Kirshstein, que como voluntária assistiu a todos os jogos do Brasil em 2006, deu alguns conselhos. “Você precisa ser uma pessoa flexível, a toda hora você pode ser chamado, pode ser que alguém precise porque você fala o português, o inglês ou outro idioma. É importante também gostar do esporte, gostar do futebol”.

Na África do Sul, 15 mil pessoas aceitaram trabalhar de graça. Em 2014, no Brasil, esse número pode ser ainda maior.

Edição: Graça Adjuto

 

 

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