12/07/2010 - 8h33

Ritmo de inflação em São Paulo volta a aumentar

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, atingiu 0,10% na primeira prévia de julho, acima do registrado no fechamento do mês passado (0,04%). O resultado reflete principalmente a alta no grupo transportes, cuja taxa passou de 0,06% para 0,14%, e o movimento de recuperação de preços dos itens alimentícios.

O índice do grupo alimentação apresentou a quinta deflação seguida. No entanto, o resultado indica perda na velocidade de queda, com -0,62% ante -1,05%. Em habitação, o IPC alcançou 0,28%, um aumento de 0,01 ponto percentual em relação ao fechamento de junho. No grupo educação, a taxa subiu de 0,07% para 0,09%.

Nos grupos despesas pessoais (de 0,78% para 072%) e saúde (de 0,71% para 0,52%), houve redução no ritmo de correções. Em vestuário, o IPC ficou estável depois de apresentar elevação de 0,65% no final de junho.

Edição: Juliana Andrade

12/07/2010 - 8h10

Lula diz que quer levar acertos na área social para América Latina quando deixar Presidência

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (12) que quer aproveitar o “acúmulo de acertos” do governo na área social depois que deixar a Presidência da República. Ele destacou que a ideia é trocar experiências com países da América do Sul, do Caribe e da África. Mas, ainda não há planos concretos sobre o tema.

“Obviamente, o que nós queremos é que as pessoas conheçam o que nós estamos fazendo para adaptar, em função da realidade deles, os programas, do jeito que eles entenderem que devam colocar em prática”, explicou ao participar do programa semanal Café com o Presidente.

Em outubro, os eleitores brasileiros terão de escolher um entre nove candidatos à sucessão presidencial. Esta será a primeira vez, desde a redemocratização do país, que o eleitor não terá Lula como candidato à Presidência da República.

Edição: Talita Cavalcante

12/07/2010 - 7h49

Brasil tem dívida histórica com africanos, afirma Lula

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao comentar a série de visitas feitas na semana passada a países africanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (12) que o Brasil tem uma dívida histórica com o continente. Segundo ele, a África não deve ser tratada como algo secundário, mas como prioridade pelo governo brasileiro.

“É muito importante para o Brasil fazer essas viagens porque o Brasil, primeiro, tem compromissos históricos, compromissos políticos de ajudar o Continente Africano a se desenvolver”, disse. “O Brasil tem uma dívida histórica com os africanos, e nós achamos que essa dívida não pode ser paga com dinheiro. Ela é paga com solidariedade, com gestos políticos e com ajuda”, completou.

Em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, Lula destacou projetos desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Gana e lembrou que a balança comercial entre o Brasil e a África passou de US$ 5 bilhões em 2002 para US$ 26 bilhões este ano.

O presidente visitou, ao todo, seis países africanos: Cabo Verde, Guiné Equatorial, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e África do Sul. Lula retornou ao Brasil no sábado (10).

Edição: Juliana Andrade

12/07/2010 - 6h42

Copa mais bem-sucedida da história tem efeito limitado na economia sul-africana

Vinicius Konchinski
Enviado Especial

Joanesburgo – A Copa do Mundo da África do Sul é a mais bem-sucedida da história: de acordo com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), US$ 3,2 bilhões (R$ 5,6 bilhões) haviam sido arrecadados pelo Mundial antes mesmo do primeiro jogo.

O valor recorde superou em 50% o montante arrecadado quatro anos antes, na Copa realizada na Alemanha em 2006. É referente ao pagamento de direitos de transmissão dos jogos e de uso de marca e a contratos de propaganda e publicidade.

Todo esse dinheiro foi direto para a Fifa, entidade organizadora do Mundial. Apesar de a África do Sul ser a sede de um dos eventos mais lucrativos do mundo, o efeito da Copa na economia do país é limitado, de acordo economistas e empresários.

Segundo o professor e membro do Conselho de Pesquisas de Ciências Humanas da África do Sul Udesh Pillay, a realização do Mundial deve contribuir com um aumento de, no máximo, 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) sul-africano. Coautor de um livro sobre os efeitos da Copa, ele chegou a prever um crescimento de 0,5% do PIB em 2010. Disse, entretanto, que essa estimativa não deve ser cumprida por dois motivos principais.

Segundo o professor, o primeiro é que um evento como a Copa do Mundo, em geral, não traz muitos benefícios ao país que o sedia no que se refere à geração de riquezas. Outra razão, de acordo com Pillay, é que a África do Sul não se planejou como deveria para tirar o melhor proveito do que o Mundial pôde oferecer ao país.

“O governo caiu na ilusão da realização de uma Copa do Mundo”, afirmou. “Assumiu todas as responsabilidade e obrigações para sediar o Mundial. Já o lucro foi todo para a Fifa.”

Para ele, o ponto positivo do Mundial foi a aceleração de investimentos necessários, principalmente, na área de infraestrutura. Ele ressalta, porém, que tudo isso poderia ter sido feito independentemente do torneio e teria os mesmos efeitos.

“A Copa é, na verdade, uma catalizador de investimentos”, disse. “Faz que com o governo realmente aplique dinheiro em obras. Porém, o torneio em si faz muito pouco para a geração de riquezas.”

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria da África do Sul, Nereu Rau, concorda com Pillay. Também para ele, o maior beneficiado da Copa é mesmo a Fifa.

Rau afirmou que a África do Sul conseguiu melhorias. Registrou uma elevação repentina nos índices de transações comerciais durante os meses do Mundial. Esse aumento, porém, vai se transformar em retração logo após o torneio, colocando a África do Sul novamente no seu ritmo normal de crescimento.

Isso porque, segundo ele, o país não fez da Copa uma oportunidade para os negócios sul-africanos. “Tínhamos que ter garantido que pequenas empresas também se beneficiassem”, disse. “Até os produtos licenciados vieram de fora do país. Foi um erro.”

Mesmo assim, Rau afirma que a Copa ajudou a melhorar a imagem da África do Sul no cenário global, o que pode trazer mais investimentos para o país. Pode também ajudar na recepção de outros grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas.

“O governo tem que trabalhar para usar a estrutura construída para a Copa em outras oportunidades”, sugeriu Rau. “E quem sabe, na próxima vez, evitaremos os erros cometidos nessa Copa.”

Edição: Juliana Andrade

12/07/2010 - 6h27

Copa deve desenvolver e popularizar o futebol na África

Vinicius Konchinski
Enviado Especial

Joanesburgo – O futebol não é o esporte mais popular na África do Sul. Na televisão e nos estádios do país, os jogos têm menos espaço do que os de rugby e os de criquet. A Copa do Mundo, entretanto, deve mudar essa situação. Técnicos e empresários apostam que a realização do torneio vai popularizar o futebol e fazer com que ele se desenvolva no país.

Segundo eles, depois da Copa, a África do Sul terá toda a estrutura necessária para que torcedores e atletas se interessem pelo esporte. O país terá pelo menos dez estádios de alto nível e também patrocinadores interessados em explorar a paixão pelo esporte despertada pelo Mundial.

“A Copa do Mundo levantou o futebol na África do Sul”, diz o presidente da Liga Sul-Africana de Futebol, Kjetil Siem. “Aumentou o interesse de empresas e acelerou negociações. Temos que aproveitar o momento e trabalhar para fazer o esporte prosperar definitivamente aqui.”

A Premier Soccer League, primeira divisão do futebol profissional da África do Sul, tem 16 times e 14 anos de história. Atualmente, recebe em média 11 mil espectadores por jogo do seu principal campeonato.

Esse número está muito aquém dos pelo menos 40 mil lugares disponíveis nas arenas que receberam os 64 jogos do Mundial deste ano. A construção e a adequação desses estádios, porém, é vista como mais um avanço trazido pela Copa do Mundo ao futebol sul-africano.

De acordo com o ex-técnico da seleção do país e da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, os estádios da Copa são os melhores do mundo, por serem bonitos, confortáveis e seguros.

Parreira diz, contudo, que a chave do sucesso do futebol está no investimento nas crianças e adolescentes. Ele espera que, depois da Copa, empresários e o governo abram seus olhos para as categorias de base do futebol e financiem a formação de novos jogadores. “A África do Sul só surgirá como potência se investir em jovens atletas.”

Escolhido há 15 anos o melhor jogador do mundo, George Weah ratifica o discurso de Parreira e diz que ele é válido para outros países africanos. Liberiano, Weah diz que a primeira Copa sediada no Continente Africano será benéfica ao futebol de todos os países da região. Ressalta também que os benefícios só serão atingidos em todo o seu potencial se essas nações investirem em jovens jogadores e nas ligas nacionais.

“Os melhores jogadores africanos jogam no exterior”, afirma Weah. “Os técnicos dos times africanos não conseguem trabalhar com esses jogadores. É preciso investir nas categorias de base das seleções e, depois, manter os atletas no país.”

Para ele, com essas mudanças estruturais, os países africanos podem obter resultados muitos melhores do que os dessa Copa nos próximos mundiais. “Os times africanos têm potencial para serem campeões”, afirma.

Edição: Juliana Andrade

12/07/2010 - 6h09

Transporte é maior legado da Copa para a África do Sul

Vinicius Konchinski
Enviado Especial

Joanesburgo - As melhorias no sistema de transporte são o legado mais evidente da Copa do Mundo de 2010 para a África do Sul. A reforma de estradas, a construção de aeroportos e a criação de uma rede de transporte coletivo prometem mudar a vida da população do país, que recebeu o primeiro Mundial realizado no Continente Africano.

O setor de infraestrutura e transporte foi o que mais recebeu investimento governamental para a realização da Copa deste ano. Segundo o governo federal sul-africano, mais de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,8 bilhões) foram aplicados em melhorias. Os resultados estão nas ruas.

Em Joanesburgo, principal cidade-sede do Mundial, os habitantes já comentam as mudanças. Apesar de ainda sofrerem com os congestionamentos diários e a ineficiência do transporte público dominado por vans, eles comemoram a construção de obras para o torneio.

“Vou gastar três vezes menos tempo até a minha casa”, disse Amelie Sadone, passageira do trem que liga o centro de Joanesburgo ao Aeroporto Internacional OR Tambo.

Aberto ao público três dias antes do primeiro jogo da Copa, o trem percorre 35 quilômetros em 15 minutos. Promete também ser a forma mais confortável e moderna para os que chegam a Joanesburgo ou deixam a cidade pelo seu maior aeroporto.

Para os que pretendem se locomover dentro da cidade, a criação de linhas de ônibus que circulam em faixas exclusivas de avenidas é a obra considerada mais benéfica. Os veículos chamados de Rea Vaya conectam bairros da periferia, como o Soweto, com os principais locais onde foram realizados jogos da Copa.

Agora, depois do Mundial, serão os responsáveis por levar os moradores de regiões mais distantes ao centro de Joanesburgo e farão isso cobrando menos do que as vans. Uma viagem de Soweto até o centro pelo Rea Vaya custa 6 rands (R$ 1,40), enquanto a mesma viagem de van custa 7,50 rands (R$ 1,75).

“O ônibus demora mais, mas é mais barato e confortável”, disse a jovem Nomthadazo Akin, uma das novas usuárias do sistema. “Com certeza, depois da Copa, continuarei usando o ônibus”.

Sistemas semelhantes ao de Joanesburgo foram implementados também em Pretoria e Port Elizabeth. Na Cidade do Cabo, além de receber 300 novos ônibus, o sistema de transporte coletivo ganhou faixas exclusivas para circulação desses veículos.

Já Durban ganhou novas estações de trem, enquanto Polokwane, Bloemfontein e Rustenburg tiveram terminais de ônibus e vans reformados para a Copa.

O professor universitário e coautor de um livro sobre a Copa do Mundo da África do Sul, Udesh Pillay, confirma as melhorias. Apesar de considerar que o Mundial, de forma geral, contribui pouco para o país que o sedia, ele diz que a infraestrutura de transporte é exceção à regra.

“As estradas, o sistema de transporte público, os aeroportos, isso melhorou muito”, disse ele. “A Copa fez com que obras que deveriam ser feitas há muito tempo fossem iniciadas e concluídas.”

Edição: Juliana Andrade

11/07/2010 - 19h07

Sul-africanos celebram vitória da Espanha e sucesso da Copa

Vinicius Konchinski
Enviado Especial

Joanesburgo – Milhares de sul-africanos reuniram-se hoje (11) para assistir à final da Copa do Mundo em frente a um telão instalado no bairro de Soweto. Eles enfrentaram o frio de Joanesburgo e dividiram-se na torcida pelas duas seleções finalistas, a  Espanha e a Holanda.

Assistiram atentos aos 90 minutos de jogo normal e aos outros 30 de prorrogação. Depois do apito final, celebraram a vitória da seleção espanhola por 1x0 e também o sucesso do primeiro Mundial realizado por um país do Continente Africano.

Com as famosas vuvuzelas e até fogos de artifício, os sul-africanos reconheceram o bom futebol praticado pela seleção campeã durante todo o torneio. O time da África do Sul não passou da primeira fase do Mundial e nenhum time africano conseguiu chegar à etapa final.

“A Espanha jogou muito bem. Mereceu ganhar”, disse Abraham Foka, um dos sul-africanos que fizeram festa com a vitória espanhola na Copa. “Torci para os times africanos, mas eles não venceram. Pelo menos um bom time ganhou a Copa”.

O jovem sul-africano Thabane Ledvaba também ficou satisfeito com o campeão da Copa. Entretanto, na sua opinião, o resultado do torneio não foi o mais importante, mas sim a realização de um Mundial bem-sucedido por um país da África.

“A Copa da África do Sul superou as nossas expectativas”, disse ele, logo após o fim do torneio. “Serviu para unir a população e derrubar preconceitos contra o país.”

Edição: Graça Adjuto

11/07/2010 - 18h34

Lula visita Alencar e assiste ao fim do jogo entre Holanda e Espanha

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O médico Roberto Kalil Filho, que acompanha o vice-presidente da República no Hospital Sírio-Libanês, informou há pouco que José Alencar está bem, estável e tranquilo.

Segundo Kalil, nesta segunda (12) ou terça-feira ele deve sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde está desde a manhã de hoje depois de se submeter a um cateterismo. "Quarta (14) ou quinta-feira ele deve ter alta", disse Kalil.

O médico contou que durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Alencar, no fim da tarde de hoje (11), eles conversaram sobre a Copa do Mundo e assistiram juntos ao fim do jogo em que a Espanha derrotou a Holanda por 1X0.

O presidente chegou ao Hospital Sírio-Libanês de helicóptero. Depois da visita, seguiu para o Aeroporto de Congonhas, onde embarcou para Brasília.

Kalil Filho disse ainda que Alencar está acompanhado pela mulher dona Marisa, alimenta-se normalmente e deve passar por sessões de quimioterapia para o tratamento do câncer enquanto estiver no hospital.

Edição: Graça Adjuto

11/07/2010 - 18h19

Campanha pretende reduzir consumo de sal no país

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está realizando uma campanha para reduzir o consumo de sal no país. O produto consumido em excesso agrava o estado de saúde dos hipertensos e pode causar complicações, como derrames. De acordo com a entidade, a hipertensão atinge cerca de 30% da população.

Segundo o diretor de Promoção Social da SBC, Dikran Armaganijan, uma das medidas defendidas pela entidade é a mudança nos rótulos dos alimentos industrializados, que deveriam substituir o termo pelo nome popular: sal.

Uma pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, promovida com pacientes hipertensos atendidos no Hospital Dante Pazzanese, constatou que 93% deles simplesmente desconhecem a diferença entre sal e sódio.

Armaganijan destacou ainda que a quantidade de sódio precisa ser multiplicada por 2,5 para corresponder ao total de sal presente no alimento. Para o médico, essa alteração nos rótulos é importante devido à grande quantidade de sal presente nos alimentos industrializados. “A indústria brasileira mantém uma quantidade excessiva de sal nos alimentos. E nós, brasileiros, não estamos acostumados a ler a composição dos produtos.”

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas normas para as propagandas dos produtos com grande quantidade de açúcar, sódio e gordura saturada ou trans (gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial). As empresas têm seis meses para apresentar alertas nas propagandas sobre os riscos do consumo excessivo.

A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) reagiu à determinação da Anvisa e prometeu questionar a resolução judicialmente. Segundo a entidade, o consumo excessivo de alimentos possivelmente prejudiciais “é muito mais reflexo dos hábitos alimentares da população do que da composição dos produtos industrializados”.

Além de pressionar a Anvisa sobre a necessidade das mudanças nos rótulos dos alimentos, a SBC vem promovendo várias ações de conscientização. Um exemplo são os dias temáticos de combate à hipertensão, onde os médicos medem a pressão da população em locais públicos e alertam sobre os perigos da pressão alta. “Eu acho que essas comunicações constantes devem alertar a população a se interessar um pouquinho mais”, disse Armaganijan.

Edição: Andréa Quintiere//A matéria foi alterada
 

11/07/2010 - 18h01

ONG entregará propostas para educação aos candidatos à Presidência

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os candidatos à Presidência da República vão receber dentro de 20 dias um documento com propostas para melhorar o ensino. O texto está sendo trabalhado pela organização não governamental (ONG) Parceiros da Educação, que colheu opiniões de vários especialistas sobre as medidas que cada um adotaria se fosse presidente ou governador.

Entre as propostas estão a valorização do professor, uma maior autonomia para a direção da escola, a reforma do ensino médio, o aperfeiçoamento do sistema de avaliação e mais tempo na escola, mas não apenas dentro das salas de aula.

Para o presidente da ONG, Jair Ribeiro, apesar das discussões sobre a melhoria da educação, ainda faltam ações que garantam a continuidade das políticas públicas. “O país precisa de um programa de qualidade e de longo prazo, previsto para 20 ou 30 anos, e multipartidário, que tenha continuidade a nível federal e estadual.”

Jair Ribeiro falou sobre o assunto durante debate sobre educação promovido pelo programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Ele disse que um grande número de famílias "se declaram satisfeitas com a educação oferecida aos seus filhos, mas não sabem medir a qualidade do que está sendo ministrado".

A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Júlia Ribeiro, argumentou durante o debate que a diversidade regional exige que a educação seja mais contextualizada, que as salas de aulas sejam cada vez mais interativas, dando atenção individualizada às crianças.

Para a coordenadora de Avaliação Educacional da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Gláucia Maria Guerra "a eficiência do ensino é que pode garantir o sucesso do aluno na vida, e para isso é preciso investir em formação do profissional e na valorização do magistério. O aumento do número de matrículas e de instituições acarretou perda de qualidade, que precisa ser resgatada”.

A professora Maria Auxiliadora Seabra, do movimento Todos pela Educação, defendeu um esforço coletivo para sanar os problemas da educação. “Dificilmente a população enxerga o que a educação pode fazer pela sua própria sobrevivência. O discurso político, por sua vez, diz que a educação é importante, mas ela nunca é colocada como prioridade".

O nível de formação do professor, de acordo com Auxiliadora, está muito distante da necessidade do dia a dia. Ela acha que o Brasil mantém políticas de perpetuação da pobreza. "Várias pesquisas mostram que o pobre miserável de 10 ou 12 anos atrás continua sendo o mesmo de hoje. Seus filhos estão na mesma condição, pois eles às vezes recebem bolsas por longo tempo e, quando não se enquadram mais no padrão de assistência, voltam ao desamparo anterior".

Ela defende a criação de políticas integradas que garantam a mudança da condição de vida da pobreza. Outra crítica é que há o mesmo nível de financiamento da educação para as diversas regiões, "quando se sabe que no Nordeste há mais pobreza e dificuldades, por isso os lugares mais carentes deveriam receber mais recursos”, explicou Auxiliadora.

Edição: Andréa Quintiere
 

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