Governo adotou estratégia de negociação equivocada sobre CPMF, avalia Arruda

11/12/2007 - 23h02

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, afirmou hoje (12) que, no momento, não há como convencer o seu partido, o Democratas (DEM), a votar a favor da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Para Arruda, o partido fechou questão contra o chamado imposto do cheque porque o governo federal não adotou uma estratégia de negociação adequada. “Por que meu partido fechou questão? Talvez pelos equívocos do processo de negociação de querer cooptar parlamentares um a um, a negociação não ser institucional entre governo e partido. Podemos ter tidos erros de lado a lado que levaram a esse acirramento”, avaliou Arruda. O governador acredita que poderá contribuir para uma “ponte de diálogo entre a oposição e o governo” somente após a votação da prorrogação da CPMF no Senado. “É muito difícil agir em cima da hora. Neste primeiro momento, de acirramento de ânimo, não vejo muita alternativa de ajudar”. A votação da proposta em primeiro turno pelo Plenário está prevista para hoje à tarde. Arruda disse não considerar a CPMF “o pior imposto do mundo” e admitiu que o fim da contribuição pode diminuir o repasse de recursos para o Distrito Federal, mas ressaltou que o seu partido já tomou uma posição.Questionado sobre a proposta do PSDB de que a totalidade dos recursos da CPMF seja destinada à saúde, Arruda disse apoiar a idéia. O governador lembrou que também defendeu, em outras ocasiões, o aumento de repasses de recursos da CPMF para a área. Hoje, da alíquota de 0,38% da CPMF, 0,2% vão para a saúde. Arruda lembrou que, no início do ano, durante reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governadores para discutir a reforma tributária, sugeriu que esse percentual aumentasse para 0,3%.“Não tem como ficar contra [a proposta do PSDB]. Pena que não tenha sido colocada antes do fechamento de questão do DEM”, completou ArrudaO governador fez as declarações no Palácio do Planalto, onde participa de cerimônia de assinatura de atos complementares ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).Na manhã de ontem (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Arruda, durante cerca de uma hora. No encontro, os dois conversaram, dentre outros assuntos, sobre a CPMF, segundo informações da assessoria de imprensa do governador.