Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Relatórioanual produzido pelo Sistema de Proteção da Amazônia(Sipam) sobre áreas protegidas no Acre revela que 13,6 milhectares em terras indígenas e unidades de conservaçãoestaduais e federais foram desmatadas entre janeiro de 2006 edezembro de 2007 no estado.O anúncio foifeito hoje (17), em Rio Branco, pelo diretor-geral do Sipam, MarceloLopes, com base em informações do Programa deMonitoramento de Áreas Especiais (ProAE). Em comparaçãocom o período anterior (2005/2006), verificou-se que o maioraumento do desmatamento se deu em terras indígenas - com 155%a mais de terras degradadas -, o equivalente a 5,6 mil hectares.Ainda segundo orelatório, as unidades de conservação federaistiveram redução de 81% no desmatamento em termospercentuais, mas totalizaram a maior quantidade de desmates emnúmeros absolutos, com mais de seis mil hectares. Já asunidades de conservação estaduais tiveram cerca de 84%de redução do desmatamento.Durante o anúncio,Lopes explicou que as análises foram feitas a partir deimagens de satélites e de radares posicionados em aeronaves dopróprio Sipam e que poderão ser utilizadas pelo governoestadual, Ministério Público, Polícia Federal,Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes e FundaçãoNacional do Índio (Funai).De acordo com Lopes,o relatório está dividido em duas partes. Uma delas,que contém os dados relativos ao desmatamento, épublicada mais amplamente. A outra, relativa aos outros tipos deregistros monitorados, como áreas de mineraçàoilegal e pistas de pouso clandestinos, é divulgada de formareservada para órgãos estratégicos."O ProAE existedesde 2005 e divulga todos os anos informaçõesespecíficas sobre áreas de conservaçãoestaduais e federais, incluindo terras indígenas. Cadainstituição convidada pelo Sipam para conhecer orelatório recebe um CD contendo todos os mapas e informaçõespertinentes às análises feitas", disse Lopes.Osdados divulgados hoje apontam ainda que a Reserva Extrativista(Resex) Chico Mendes foi a campeã no ranking do desmatamento,com dois mil hectares, seguida pelo Parque Nacional Serra do Divisor,com 1,2 mil hectares de desmates e, na seqüência, pelasResex do Alto Juruá - que teve 995 hectares desmatados,Riozinho da Liberdade - com 733 hectares - e Alto Tarauacá -com 513 hectares. Em comparação com os dados dorelatório de Rondônia, divulgados no fim de junho, oAcre possui áreas de desmatamento menores e mais esparsas. Naavaliação de Lopes, isso caracteriza mais desmatamentoao longo dos rios para agricultura familiar. "Em Rondônia,como as áreas de desmatamento são mais concentradas, apercepção que temos é que são frutos deuma agricultura mais comercial", analisa.O ProAE éum projeto do Sipam para monitoramento de áreas especiais queteve início a partir da observação de terrasindígenas e áreas de conservação estaduale federal do Acre, Rondônia e Mato Grosso. Ainda este ano, adireção do Sipam promete ampliar ainda o projeto comoforma de apoiar ainda mais as instituições parceiras nomonitoramento da região amazônica. "A idéiaé contar com as bases do Sipam em Manaus e em Belémpara cobrir também outras áreas, como Tocantins e partedo Maranhão, que fazem parte da Amazônia Legal e queatualmente não são contempadas pelo ProAE",informou.