Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além das falasdo delegado Protógenes Queiroz, que deixou o comando daOperação Satiagraha, a Polícia Federal divulgoudiálogo entre Protógenes, o diretor de Combate ao CrimeOrganizado, Roberto Ciciliati Troncon Filho, e o superintendente daPF em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra. Os trêsconversam sobre a possibilidade de Protógenes termine seurelatório até amanhã (18). A conversa começacom o delegado descrevendo os crimes investigados.Protógenes:Evasão fiscal e outros crimes que porventura se relacionam àformação de quadrilha. Troncon: Informaçãoprivilegiada? Protógenes: Informaçãoprivilegiada e formação de quadrilha para os crimescorrelatos.Troncon: Quer dizer, aestrutura principal desse inquérito que você instalou éa questão do laudo, que trata da gestão fraudulenta emais a corrupção.Protógenes: “Isso é!Esse inquérito está sequinho. Eu já tenho como éque ele se materializa com análise de um HD ...(inaudível)...cotejado com dados obtidos em um ano e meio de interceptaçõestelefônicas e de e-mail onde transitaram documentos. Então,além de outros crimes que dão fortemente amaterialidade da gestão fraudulenta, tá? A estratégiafoi justamente fazer três instrumentos para poder facilitar otrabalho. Aí conversei com o Fausto isso e ele achou boaidéia, ainda que lá na frente tudo [venha a] se unir,está um canal só para a Sexta Vara.Protógenes:Eu marquei de fazer até sexta-feira. Leandro: Vocêconsegue fazer até sexta? Consegue relatar até sexta?Troncon: Não, tem que ouvir o pessoal. Mas vocêconsegue concluir até sexta? Se conseguir concluir atésexta, aí tudo bem. Protógenes: Depende de eu falarcom o advogado. Só faltava o Humberto [Braz, ex-presidente daBrasil Telecom, preso na operação]. O Humberto se apresentou... Não vejo nenhumóbice, não. Leandro: Então ele conclui atésexta e a gente fica para resolver os outros.Troncon: Agoraoutra coisa que é importante deixar muito claro aqui: essesinquéritos são tombados na Delecin [Delegacia deCombate aos Crimes Financeiros da Superintendência de SãoPaulo]. O [Ricardo] Saadi está aqui porque está comochefe da Delecin, mas o superintendente está dizendo que elevai permanecer. Independentemente de quem está aqui, quem nãoestá, isso é o básico do que a gente tem queseguir. Eu fiz questão de falar, olha essa investigaçãotem que falar. Tudo o que o diretor tem falado é tudo o que euacredito. Deixa eu concluir. O local do crime é aqui, pelomenos parte dele, o inquérito é tombado lá. Temque ter um alinhamento, uma sinergia completa com a chefia dadelegacia, com a Dercor [Delegacia Regional de Combate ao CrimeOrganizado], com o superintendente, com o Defin [Divisão deCombate aos Crimes Financeiros] e comigo.