Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e doSindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Amazonas denunciaram hoje (17) ao MinistérioPúblico do Trabalho (MPT) da região, que a Petrobrás está “mantendo em cárcereprivado” diversos trabalhadores da Refinaria de Manaus (Reman).
Segundo informações constante do site da FUP na internet,ainda na tarde de hoje um procurador do MPT e um fiscal da Delegacia Regional doTrabalho (DRT) farão uma inspeção na refinaria, para averiguar a denúncia.
De acordo com o informe, os trabalhadores, que assumiram o turnoda Reman às 15h de ontem (16) estão sendo retidos pela Petrobrás, apesar daempresa ter ingressado, hoje pela manhã, com equipe de contingência, para assumira operação da refinaria.
Segundo o sindicato, os petroleiros da Reman“estão sendo mantidos em uma sala da unidade, com colchonetes, para quepermaneçam no local até o final da paralisação, o que ocorrerá à meia-noitede amanhã (18)”.
Os petroleiros sustentam, ainda, que a equipe decontingência que a Petrobrás colocou para operar a refinaria e minimizar osefeitos da paralisação nacional – em apoio ao Sindipetro do Norte Fluminense epela melhora na proposta da Petrobras em relação ao pagamento da segundaparcela da participação nos lucros e resultados da companhia - é composta porgerentes, coordenadores e supervisores, “que não têm condições de manter asegurança operacional da unidade - colocando em risco a comunidade, o meioambiente e os próprios trabalhadores. Além disso, a equipe tem um efetivo reduzidíssimo, o queaumenta ainda mais o risco de acidentes”.
A FUP também acusa aPetrobrás de se utilizar “de instrumentos coercitivos para proibir o acesso àsrefinarias e terminais dos dirigentes sindicais e petroleiros que aderiram àsparalisações desta quinta-feira. O sindicato teria sidoimpedido de entrar na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, parareunir-se com os trabalhadores que, em resposta à repressão, “realizaram umagrande manifestação repudiando a ação da gerência”. Na Refinaria LandulfoAlves (RLA), na Bahia, ainda segundo a FUP, a Petrobrás ingressou cominterdito proibitório, instrumento jurídico de resgate de posse de propriedade,impondo multas ao sindicato, caso ingressasse na refinaria.Ouvida pela Agência Brasil, a Petrobras negou as acusações e afirmou que os empregados estão deixando as unidades normalmente.