Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil pretendeelevar a participação atual de 1,18% nas exportaçõesmundiais para 1,25% em 2010, quando deverá negociar pelo menosUS$ 208,8 bilhões. Em 2010, está prevista aparticipação de cerca de 13 mil micro, pequenas emédias empresas nas vendas externas – atualmente, são10 mil. De junho do anopassado até maio último, esse segmento vendeu US$ 10,3bilhões, por meio de projetos integrados desenvolvidos emparceria com a Agência Brasileira de Promoção deExportações e Investimentos (Apex-Brasil). Entrejaneiro e maio deste ano, o crescimento das vendas de empresas depequeno porte ao exterior ficou em 27,5% contra 22,2% no mesmoperíodo do ano passado. Ao comentar os números, o ministro doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, lembrou que as exportações brasileiras estãocrescendo à média anual de 9,1%, resultado que, emgrande parte, pode ser atribuído às micro, pequenas emédias empresas. Para o ministro, é precisodesburocratizar e quebrar tabus comerciais para que tais empresassejam inseridas no mercado internacional, pois, até poucotempo, a cultura reinante no país era produzir para vender nomercado interno. Só se exportava quando não haviademanda no mercado interno, disse ele.Miguel Jorge ressaltou que o empresariado estácomeçando a aprender que, em vez de lamentar a situaçãodesfavorável do câmbio, deve procurar a eficiência,a modernidade e a produtividade. Segundo ele, apesar dos bonsresultados apresentados pelas micro, pequenas e médiasempresas, o setor responde hoje por apenas 8% das exportaçõesbrasileiras. Na opinião do ministro, o resultado podemelhorar muito, pois o segmento é grande empregador e secaracteriza por atividades diversificadas e regionalizadas. Por isso,disse ele, a meta do ministério é estimular as vendasexternas do setor para que a balança comercial nãofique só na dependência das grandes empresas. Miguel Jorge participou da abertura do 3ºWorkshop de Alinhamento Estratégico da Apex-Brasil, que reúneaté amanhã (18), em Brasília, representantes de64 entidades do setor produtivo e de órgãos do governo,para discutir os projetos de exportação. A Apex-Brasilimplementa atualmente 64 projetos que atendem a 4.438 empresas de728 municípios, em parceria com entidades setoriais. No anopassado, 203 dessas firmas exportaram pela primeira vez. O estado de São Paulo concentra 38% dasempresas, seguido do Rio Grande do Sul, com 17%, e Minas Gerais, com11%. A Apex-Brasil dá apoio aos ramos do agronegócio,habitação e construção civil,entretenimento e serviços, máquinas e equipamentos,moda, tecnologia e saúde. Segundo o presidente da Apex-Brasil, AlessandroTeixeira, a revisão da meta de exportações dopaís de US$ 170 bilhões para US$ 190 bilhões,anunciada recentemente pelo ministério, deve-se em grandeparte ao trabalho de promoção da agência com asempresas. A Apex procura despertar o interesse dos empresáriospara mercados potenciais, como a China. Teixeira destaca que o paíssó conseguirá vender se apresentar produtosdiferenciados. Miguel Jorge ressaltou que, entre mais de 600produtos que a China compra no mercado internacional, o Brasil temcondições de fornecer 147 itens. Ele acredita que, até2010, o Brasil poderá vender para os chineses até US$30 bilhões anuais, em produtos diversos. Já Teixeira estima que, depois de investirR$ 200 milhões em promoção comercial com foconas exportações, o país obteve um acréscimode R$ 10 bilhões na balança comercial, o que se deve àconscientização dos empresários de que exportaré um bom negócio. Teixeira recomenda que osexportadores participem de feiras e exposições noexterior para se inteirar sobre a qualidade e as possibilidades deaceitação ou desenvolvimento de seus produtos.