Brasileiros que vivem no exterior enviaram US$ 2,8 bilhões em 2007 ao país

17/07/2008 - 7h28

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Atualmente,o Brasil é o segundo país na América Latina emrecepção de dinheiro do exterior, atrás apenasdo México. De acordo com dados do Banco Central, em 2007,chegou a US$ 2,8 bilhões a quantidade de dinheiro enviado afamílias no Brasil por brasileiros que moram em outros países.Desse total, mais de US$ 1,3 bilhão vem dos Estados Unidos,praticamente a mesma quantia apurada pelo BC em 1997, no total devalores remetidos.Essedinheiro, que se costuma ser chamado de remessa, é proveniente dotrabalho de brasileiros que deixaram o país para buscarmelhores condições financeiras e trabalham tambémpara ajudar a família que ficou no Brasil. Alémdos dados do BC, os números apurados pelo Fundo Multilateralde Investimentos (Fumin) junto com o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) também mostram os Estados Unidos, paísonde está a maior colônia brasileira, como a principalorigem de remessas: 42% do total, segundo o BID. Noentanto, o Banco apurou um total remetido bem maior em 2007: US$ 7,1bilhões. A segunda principal origem é o Japão(34%), seguido pela União Européia (16%).Osdados do Fumin/BID mostram que a maior parte das pessoas que recebemessas remessas no Brasil se concentra nas regiões Sudeste(58%) e Sul (39%). Em geral são mulheres (65%), com baixaescolaridade (somente 21% têm ensino superior) e de classes debaixa renda.Porconta desse perfil, o especialista setorial da Representaçãodo BID em Brasília Luciano Schweizer destaca que muitas vezesessas remessas têm um papel social muito importante no país.“Geralmente essas pessoas que emigram conseguem, ao trocar de país,uma remuneração que praticamente quintuplica o que elesganham, então essa remessa ajuda na complementaçãodos recursos disponíveis para as famílias”, diz.Entreos principais investimentos feitos com esses recursos, no Brasil, está a compra de imóveis, como a casa própria dafamília, a melhoria no nível de educação eo acesso a serviços de saúde. “E em alguns casos,como o dos dekasseguis, [brasileiros] que vão para o Japão, e o dosque vão para Portugal, há uma grande proporçãodesses que voltam ao Brasil e montam a própria empresa”, explicaSchweizer.Alémdisso, tais valores também geram um impacto no mercadofinanceiro daqui. Como o Brasil tem um dos mais altos níveis de bancarização das remessas,entre 60% e 70%,“obviamente esse dinheiro chega e circula dentro do sistemafinanceiro formal, e esse é um dos trabalhos que o banco [BID]vem desenvolvendo para aumentar a formalidade dessas remessas, porquepermite que essa população gere um histórico nosistema financeiro e tenha acesso a outros serviços oferecidosnesse sistema”, afirma.