Atrasos marcam primeira fase do programa de modernização de petroleiros

07/07/2008 - 21h19

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Sem sequer tercomprado 10% do total do aço necessário à construção dos 26 naviosenvolvidos na primeira fase do Programa Nacional de Modernização e Expansão da Frota de Petroleiros (Promef), a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o setor detransportes, lançou hoje (7), nesta capital, a segunda fase do programa.O Promef II prevê a construção de mais 22 embarcações de grande porte e acompra direta de uma embarcação. O processo de licitação da primeira fase foi finalizado há dois anos. Há diversosproblemas envolvendo o início da construção das primeiras 26embarcações licitadas e que vêm dificultando a obtenção dos recursos do Fundode Marinha Mercante – que financiará a construção das embarcações. O consórcio RioNaval, detentor da maior fatia licitada, sequer tem um local para aconstruir as embarcações, pois há impasse entre o consórcio e os proprietáriosdo antigo estaleiro Ishibrás com relação ao aluguel da área, o que vemdificultando a obtenção do financiamento necessário.O Rio Naval venceua licitação para a construção de nove embarcações, cinco navios do tipo Aframax equatro Panamax. A encomenda totaliza US$ 1,1 bilhão, quase a metade dos US$2,4 bilhões relativos aos 26 navios.Há impasse, ainda,em relação ao preço a ser pago pelas mais de 400 toneladas de aço a seremutilizadas na construção das embarcações e que representam entre 20% a 30% dopreço final das encomendas. O presidente daTranspetro, Sérgio Machado, no entanto, adiantou que 18 mil toneladas doproduto estarão chegando a Recife nos próximos dias. “O aço representa entre 20% a 30% do custo finaldas embarcações e nós estamos ainda negociando melhores preços. O que nós queremos é compraro produto ao preço asiático e esperamos que as siderúrgicas nacionais nospossam fornecer a este preço. Nós estivemos na China, em visita a seissiderúrgicas, e fechamos a compra, junto à Usiminas, de outras 12 mil toneladastendo como referência este preço [o asiático]”, disse.Entre os muitosproblemas que a Transpetro e os estaleiros vêm enfrentando para executar aprimeira fase do Promef, há ainda  impasses a serem resolvidos em relação aos financiamentospretendidos pelos estaleiros Mauá e Itajaí. O primeiro,localizado em Santa Catarina, ganhou a licitação para a construção de três naviosde transporte de GLP (gás liquefeito do petróleo), mas enfrenta dificuldadescom relação a questões de financiamento. O mesmo problema atingeo estaleiro Mauá. Localizado em Niterói, no Grande Rio, o estaleiro venceulicitação para a construção de quatro navios de produtos.Sérgio Machadogarantiu, no entanto, que os problemas que envolviam o estaleiro já foramsolucionados e que os relativos ao Itajaí estão bem equacionados e próximos deuma solução “satisfatória”.Para a segunda fase do Promef, a Transpetroconvidou 13 estaleiros brasileiros e 14 estrangeiros “mas com a condição de queos navios sejam construídosno país e que tenham índice de nacionalização de 70%”, disse. Na Promef I, o índice de nacionalização era de 65%. “Com a contratação desses 22navios da segunda fase, nossa carteira, que hoje é a 10a do mundo,passará a ser a sexta”, comemorou Machado, apesar dos atrasos.