Empresário repassa imposto à sociedade, admite vice-presidente da Firjan

07/07/2008 - 19h08

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Mariani, admitiu hoje (7) que não é o empresariado o maior beneficiário da reforma tributária e sim a sociedade. Mariani recebeu a visita do relator da Comissão Especial da Reforma Tributária, deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), na sede da Firjan.

Segundo o vice-presidente da entidade, é errôneo o pensamento de que quem paga impostos no Brasil são as empresas. “A empresa  não está com a carga tributária. Quem está com a carga tributária é a sociedade. Porque  todos os impostos que a empresa paga, ela cobra no preço dos seus produtos. Então, se amanhã, pudermos ir progressivamente reduzindo esses impostos, a redução será automaticamente passada aos preços e  beneficiará o consumidor, ao final”.Para ele, é preciso acabar com a idéia de que a empresa paga impostos no Brasil. “Não. A sociedade toda paga. E a empresa é o recolhedor do imposto que ela cobra através da venda de seus produtos e transfere aos estados, à União ou aos municípios, na esperança de que façam bom uso desses recursos. Muitas vezes, não é o caso”, avaliou.Os donos de indústrias do Rio de Janeiro consideram que a proposta do governo federal de reforma tributária, que tramita no Congresso Nacional, apresenta uma abordagem  mais estruturada do que as formuladas no passado. Mariani comentou que, embora na Firjan alguns dirigentes defendam avanços mais rápidos para a reforma, após o encontro com o relator da proposta, “nós ficamos convencidos de que a reforma, como está sendo conduzida pelo deputado na Câmara, pode ter sucesso”.Na avaliação do empresário, Mabel está tendo um bom entendimento com as bancadas no Congresso e está se articulando com secretários estaduais de Fazenda e também com governadores, para enriquecer a proposta. A Firjan é totalmente contrária à criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), assim como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) que, na semana passada, lançou o movimento Sou Contra a CSS. Carlos Mariani acredita que esse posicionamento seja comum a todas as federações industriais. “A posição do empresariado é essa: contrária.”Segundo o vice-presidente da Firjam, até o próprio relator da reforma é contrário  ao novo tributo. “Ele [o deputado Sandro Mabel] não quer poluir a proposta dele trazendo a figura dessa CSS, para evitar que a população julgue que está apoiando a ressurreição da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira [CPMF] sob o apelido de CSS”.