Controladores da VarigLog entregam à Anac nomes dos novos sócios da empresa

07/07/2008 - 20h18

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A atual controladora da empresa de transporte aéreo de cargas VarigLog, a Volo do Brasil,entregou hoje (7) à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a documentação sobre sua nova composição acionária.Os documentos, no entanto, ainda não serão analisados, segundo a assessoria de imprensa da Anac. A razão é a liminar concedida pela 14ª Vara Federal do Distrito Federal à empresa na última sexta-feira (4). De acordo com a assessoria, a agência vai recorrer contra a liminar.Em sua decisão, o juiz Jamil Rosa de Jesus Oliveira impediu a Anac de cassar a concessão da VarigLog até que a Justiça dê a sentença final sobre a disputa judicial que os brasileiros Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel travam contra o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson, representado no Brasil por sua subsidiária Volo Logistics, administrada pelo empresário chinês naturalizado brasileiro, Lap Chan.Conforme o fundo de investimentos já havia anunciado ontem (6), por meio de nota, passam a integrar a sociedade a irmã de Lap Chan, a administradora de empresas Chan Lup Wai Ohira, que vai controlar 51% das ações ordinárias da companhia, e o executivo Peter Marcussen Miller, que adquiriu 29% das ações da empresa. Assim como seu irmão, Wai Ohira também é naturalizada brasileira. Já Miller, diz a nota, é brasileiro.As ações teriam sido adquiridas pelos novos sócios obedecendo ao valor estabelecido pela Justiça: US$ 1,3 milhão. Os 20% restantes do capital votante permanecem com a Volo Logistics, mantendo-se a mesma estrutura que já havia sido aprovada anteriormente pela Anac.Até serem afastados da direção da empresa cargueira, em 1º de abril deste ano, os brasileiros Audi, Gallo e Haftel detinham 80% do capital votante da VarigLog. Foi então que o juiz da 17ª Vara Cível de São Paulo, José Paulo Magano, determinou que a Volo Logistics, do Matlin Patterson, assumisse a administração da companhia.

Na ocasião, o juiz deu 60 dias para que a Volo do Brasil e a Volo Logistics recompusessem sua estrutura societária, atendendo à legislação brasileira, que estabelece um limite de 20% de participação estrangeira no capital com direito a voto de empresas aéreas nacionais. O prazo chegou ao fim e a Anac, então, concedeu mais 30 dias para que a empresa legalizasse sua situação. Período que terminaria hoje, três dias após a liminar da Justiça de Brasília.