Líderes comunitários cobram indenização para deslocados pelo PAC no Rio

23/03/2008 - 17h30

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A questão da indenização e do realojamento dos moradores queterão suas casas demolidas para dar lugar às obras de urbanização é uma das quemais preocupam os líderes comunitários das favelas cariocas beneficiadas com asobras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Em um debate promovido pela Rádio Nacional neste final de semana, eles destacaram o que consideram os possíveis impactos das obras e defenderam que a comunidade seja ouvida com mais freqüência.“Só essa mudança da moradia, você sair de um barraco eir morar num apartamento de dois quartos já é um salto de qualidade para maisde 50% dos moradores, mesmo tendo problemas que ainda serão discutidos nessestrês anos. Agora vamos ver se conseguimos aumentar o número de novas habitações, paramelhorar a qualidade de vida de nossos moradores”, diz Marcelo Radar, membro do Comitê deFiscalização e Acompanhamento do PAC em Manguinhos.Para o diretor da ONG  Rocinha 21, Carlos Costa, a açõespoliciais devem continuar, mas não é a polícia que vai garantir as obras. “Nãoprecisa de polícia para proteger a obra. Quem vai proteger é o morador, que é oprincipal interessado. Isso não é descartar a presença da polícia, enquantoestado, atuando na defesa dos cidadãos que moram ali."O  presidente da Associação de Moradores daGrota, favela que integra o Complexo do Alemão. Wagner Bororó defendeu que amídia passe a adotar uma postura mais positiva da mídia em relação àscomunidades, destacando as mudanças trazidas pelas obras do PAC, em vez depriorizar a questão da violência do tráfico.As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) começaram este mês em três conjuntos de favelas do Rio. De acordo com o governo federal, elas representam uminvestimento de R$ 1,14 bilhão e devem gerar 4,6 mil empregos diretos.