Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense (UFF) aprovou hoje (12) a adesão ao Reuni, projeto do governo federal que prevê aumento no repasse de verbas para as universidades em troca de abertura de mais vagas para alunos. A decisão, no entanto, foi tomada em clima de tumulto, quando um grupo de estudantes invadiu a reitoria pela manhã e interrompeu a reunião do conselho.A diretora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Keila Lucio de Carvalho explicou que a manifestação foi contra a forma de implantação do Reuni, que, para ela, não prevê aumento proporcional entre o acréscimo de alunos e a contratação de mais funcionários e professores.“A comunidade universitária já foi consultada e é contrária ao Reuni. A reitoria adotou uma posição antidemocrática. Querem transformar a universidade em um escolão, levando ao sucateamento. Além disso, o projeto não prevê mais verbas para a pesquisa”, protestou Keila.O reitor da UFF, Roberto Salles, estranhou o protesto dos alunos e afirmou que o Reuni injetará R$ 200 milhões na universidade e que serão contratados, dentro de quatro anos, 700 novos professores.“Nós estamos há seis meses discutindo um projeto de reestruturação da UFF. Todas as universidades federais do Rio de Janeiro já aprovaram. E quando nós marcamos uma reunião, de uma maneira assustadora, um grupo de alunos que querem partidarizar a universidade subiu na mesa”, relatou Salles. “Eles me cercaram, queriam me impedir de falar, jogaram água em cima de mim e me deram tapas nas costas.”A diretora do DCE, no entanto, afirmou o contrário e disse que os estudantes é que foram agredidos. Segundo Keila, um aluno teria sido empurrado por Salles e acabou se desequilibrando e caindo sobre uma cadeira.A confusão só terminou com a chegada de policiais federais, chamados pelo reitor. A retirada dos estudantes foi de forma pacífica e a reunião do Conselho Universitário prosseguiu, com a aprovação do ingresso da UFF no Reuni. Mesmo assim, Salles disse que haverá uma nova reunião, na sexta-feira (14), na sede do Tribunal de Justiça em Niterói, para referendar a aprovação.