Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crescimento de 5,7%do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano, anunciado hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  foiimpulsionado pelo aumento do consumo das famílias e peloincremento no nível de investimentos.Em comparaçãoao terceiro trimestre de 2006, o consumo das famílias cresceu6%, impulsionado pelo aumento de 4,3% da massa salarial real. Oconsumo familiar cresceu pelo 16º trimestre consecutivo e éo maior dos últimos dez anos.De acordo com aeconomista da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, RebecaPalis, o bom desempenho é uma conjugação doaumento do investimento com o aumento do consumo das famílias.“A gente nãotem um crescimento tão robusto assim desde 2004. Só queas causas são diversas. Em 2004 tínhamos uma economiabaseada bastante nas exportações, principalmente debens e serviços, o que afetava positivamente o PIB. Agora nóstemos um cenário bem diferente, onde o crescimento depende bemmais da demanda interna, com crescimento no nível deinvestimentos e no consumo das famílias”.O destaque no resultadodo PIB foi, segundo a economista, o aumento dos investimentos pelaótica da demanda, com a formação bruta decapital fixo, que subiu 4,5% em comparação com oterceiro trimestre e 14,4% em relação ao terceirotrimestre do ano passado. Neste caso, segundo Rebeca Palis, a maiorexpansão de toda a série histórica iniciada peloIBGE em 1996 e a 15ª alta consecutiva para o indicador. Comoconseqüência desse aumento, a taxa de investimentos daeconomia subiu para 18,3%.Também peloponto de vista da demanda, ainda de acordo com Rebeca Palis, oconsumo do governo subiu 0,3% quando comparado ao segundo trimestredo ano e 3,5% em relação ao terceiro trimestre de2006. Já as exportações de bens e serviçoscresceram 1,4% e 1,8%, respectivamente, enquanto as importaçõesexpandiram 9,1% e 20,4%. Rebeca Palis ressaltouque um fator importante decorrente do aumento significativo do nívelde investimento na economia é o fato de que os númerosdão solidez e qualidade ao crescimento do PIB, na medida emque garantirá o crescimento futuro da economia e sustentaráa oferta de produtos para atender ao mercado interno.“Esse investimentoservirá exatamente para suprir este aumento da demandainterna, decorrente do crescimento do consumo das famílias.Ele permitirá que não ocorra estrangulamento domercado, provocado exatamente por esse excesso da demanda”.Cálculos do IBGE indicamque a economia brasileira terá que crescer 4,3% no últimotrimestre, em relação a igual período do anopassado, para que o Produto Interno Bruto (PIB) feche 2007 com 5% decrescimento. Já para um crescimento de 5,5%, a alta notrimestre terá que ser de 6,2%.