Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O preço doálcool combustível, que atingiu a sua mais alta cotaçãodos últimos três anos no mercado varejista da cidade deSão Paulo, subindo em média 14, 64 %, teve forteinfluência no resultado do Índice de Preços aoConsumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da primeira prévia de dezembro, de 0,71%. Foia quarta maior variação do ano, abaixo apenas das trêsprimeiras quadrissemanas de janeiro - 1,07%, 1% e 0,85%,respectivamente.O IPC-Fipe mede a variaçãode preços para o consumidor na cidade de São Paulo combase nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos. De acordo com oeconomista Márcio Nakane, coordenador da pesquisa, até agora amaior correção do preço do álcool haviasido detectada na terceira prévia inflacionária dejunho de 2004, que foi de 14,92%. Como consequência,o grupo Transporte saltou de uma variação de 0,50% emnovembro para 0,72% na primeira prévia de dezembro, a segundamaior taxa depois do grupo Alimentação, que foi de2,23%.Nakane destacou que aalta dos alimentos foi a maior desde a segunda quadrissemana dejaneiro de 2003, que registro aumento de 2,65%. “O feijãocontinua tendo forte peso, com alta de 23,38% na últimapesquisa, o que se justifica pela quebra de safra”, explicou. A colheita do grãodiminuiu por causa da falta de chuva nas regiões produtoras.Em uma situação totalmente inversa, segundo oeconomista, o tempo mais chuvoso levou a um aumento de preçosdas verduras. O alface ficou 19,58% mais caro.Outro produto quepressionou o índice da primeira semana de dezembro foi a carnebovina, que subiu 9,47%. Mas de acordo com Nakane, “já dásinais de desaceleração”. O economista mantéma projeção de uma inflação para o anoentre 4,35% e 4,40%.