Ministério da Saúde libera R$ 45 milhões para o Ceará

27/08/2007 - 18h43

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde informou hoje (27) que vai liberar R$ 45 milhões para o estado do Ceará no próximo mês. O valor deverá ser repassado para o pagamento de procedimentos da alta e média complexidade, como as cirurgias cardíacas. O aumento no repasse pelo procedimento é a principal reivindicação dos médicos em greve no estado. A informação é da assessoria de imprensa do ministério.Parados há 15 dias, os cirurgiões cardiovasculares de quatro hospitais particulares do Ceará, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pedem a  revisão de preços dos procedimentos médicos da tabela do SUS. Hoje (27), após uma reunião com o governo estadual, os médicos concordaram em voltar a atender os casos de emergência e tentar evitar a superlotação nos demais hospitais. O secretário-executivo da Secretaria de Saúde do Ceará, José Arruda Bastos, disse que a ajuda do governo federal é bem-vinda mas não resolve o problema do sistema no estado. “Isso é para o final do ano. É ótimo, mas não resolve. Vamos reivindicar que venham mais recursos”, afirmou.Para atender a reivindicação dos cirurgiões cardiovasculares - uma cirurgia cardíaca custa R$ 83 - e resolver os demais problemas da rede pública no Ceará, Bastos pede um repasse de R$ 29 milhões por mês para complementar o orçamento de R$ 1,1 bilhão da secretaria. “Desde o mês passado estamos negociando com o Ministério da Saúde esse acréscimo”, informou.De acordo com Bastos, a paralisação dos hospitais Batista, São Raimundo, Antônio Prudente e Pronto Cardio causa a superlotação em estabelecimentos da rede pública, que têm que atender os pacientes. “A nossa expectativa é absorver cerca de 600 cirurgias por mês com a greve desses hospitais. São procedimentos que vão deixando os hospitais públicos, que não estão em greve, superlotados”, disse. Apesar do anúncio do repasse pelo Ministério da Saúde, na tentativa de convencer os cirurgiões a voltarem atender, nesta segunda-feira a secretaria estadual se comprometeu a criar um comissão especial para avaliar os preços dos procedimentos  pagos pelo SUS. Na próxima segunda-feira, os médicos voltam a se encontrar. A reportagem não encontrou o médico Aloísio Sales Gondim, presidente da Cooperativa de Cirurgiões Cardiovasculares do Ceará.Os médicos de Alagoas e Paraíba também fizeram paralisações este mês. Além de melhores salários, também pediam a revisão da tabela do SUS. A greve nos dois estados acabou na semana passada após a liberação de recursos do Ministério da Saúde, que enviou R$ 26 milhões para Alagoas e R$ 12,3 milhões para Paraíba.