Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Desde a manhã de hoje (27), cerca de 400 pessoas ocupam a entrada do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Foz do Chapecó, município na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os ocupantes fazem parte do grupo de 3.500 famílias que deverão ser atingidas pela barragem da usina, que faz parte da lista de obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).De acordo com um dos ocupantes, José Mauro Bremm, “os atingidos estão numa situação de muita preocupação, porque a obra vai ser construída muito rápido". Segundo ele, a obra está programada para gerar energia em agosto de 2010, mas até agora a empresa responsável pelas obras não teria começado a negociação nem definido um cronograma para indenizar as famílias. A empresa diz seguir o cronograma de indenizações.“O que a gente está cobrando é o mínimo na verdade, que é a questão dos direitos, da realocação da população”, afirma Bremm. De acordo com o atingido, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do qual parte das famílias participa, não é contra a construção da usina, “mas há uma decisão dos atingidos de não permitir a continuidade da obra sem discutir as regras de tratamento”, diz.De acordo com Bremm, os manifestantes não pretendem transformar a ocupação num embate entre atingidos e polícia. “Nós solicitamos audiência com a Secretaria-Geral da Presidência, o Ministério de Minas e Energia, o Ibama, Furnas e com o consórcio”, explica, reafirmando que os ocupantes só saem do local com a audiência marcada.