Secretaria estuda critérios para distribuir publicidade entre veículos regionais e comunitários

29/04/2007 - 15h38

Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria deComunicação Social da Presidência da República,que agora também comanda a distribuição dapublicidade do governo federal, anunciou que abrirá um debatesobre como criar critérios objetivos para atingir veículosregionais, comunitários e educativos. Atualmente, os índicesde audiência e circulação disponíveisexcluem, por exemplo, emissoras de televisão regionais ourádios comunitárias. O objetivo da secretaria ébuscar formas de medir o retorno da publicidade para esse públicocomo forma de concretizar uma política de democratizaçãoda comunicação.Atualmente, adistribuição da publicidade é feita por meios deíndices que medem audiência no rádio, natelevisão e na internet, além da circulaçãode exemplares para mídia impressa (jornais e revistas). Ementrevista à Agência Brasil, o sub-chefe executivo dasecretaria, Ottoni Fernandes Jr., explica que esses indicadores dealguma maneira excluem veículos menores.“Um exemplo, se vocêusar o Ibope [instituto de pesquisa], você exclui TVs menores regionais, que podem sercomerciais. E o que Secom está procurando, em conjunto com asestatais e ministérios, é construir critériosnovos. Como atender as demandas de TVs regionais? Elas têm umaaudiência tão baixa que o Ibope não conseguecaptar. É uma coisa que estamos discutindo, mas tem que serconstruído um critério”, diz.Fernandes Jr. defendeque o critério inclua preceitos básicos comoverificação da audiência, medicaçãodo retorno da publicidade e respeito à legislaçãotributária. “Isso pode estar na discussão daconstrução de um critério e passar a incentivaruma distribuição de uma parcela das verbas para essetipo de mídia”, explica. “É uma discussãoque vamos fazer com a sociedade, com as organizaçõesque representa movimentos regionais, como as TVs comunitárias.”O sub-chefe executivoainda ressaltou que as novas regras precisam dar “segurança”para os gestores públicos para investir os recursos públicos.“Segurança de que estamos colocando dinheiro em uma mídiaque tem o alcance desejado e está fortalecendo umademocratização dos meios de informação,que também deve ser o objetivo de uma política degoverno. Porque quanto mais você puder ter canais deveículação, seja por televisão, rádio,internet, mídia impresa, que expressem a diversidade regional, social e política do Brasil é importante para ofortalecimento democrático”, diz.Um balançoapresentado pela Secretaria de Comunicação Socialmostra que, em 2006, o governo federal gastou R$ 1,015 bilhão em publicidade,um aumento de 5,48% na comparação com o ano anterior.Segundo Fernandes Jr., esse aumento se deve ao crescimento dosinvestimentos das estatais, que representa 76% do total.