Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As indústrias que trabalham com a pasteurização do leite poderão receber multas e sofrer processos administrativos se adicionarem ao produto um percentual excessivo de soro, extraído com a fermentação do queijo.De acordo com o fiscal agropecuário Paulo Humberto de Lima Araújo, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o uso do soro é permitido apenas em alguns produtos lácteos, mas não no leite puro.Nesta semana, o Diário Oficial da União publicou uma instrução normativa que oficializa os métodos analíticos e físico-químicos para o controle de leite e produtos lácteos, usados nos laboratórios nacionais agropecuários, da rede Lanagro.O uso excessivo de soro no leite configura fraude para aumentar o volume do produto, e, conseqüentemente, render mais lucro à indústria, explica Araújo. Ele diz que o aperfeiçoamento dos métodos de análise permitirá saber a respeito da qualidade do leite comprado pelas indústrias.Segundo o Ministério da Agricultura, a produção brasileira de leite somava 8 bilhões de litros até junho de 2006. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do segundo trimestre de 2006 informam que foram adquiridos pelas indústrias processadoras de leite 3,8 bilhões de litros, sendo os principais compradores so estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. As exportações de leite in natura aumentaram cerca de 137% em relação ao primeiro trimestre de 2006.