Em palestra, Chávez sugere que Fórum adote plano de ação

28/01/2006 - 10h18

Daniel Merli
Enviado especial

Caracas (Venezuela) – O presidente venezuelano Hugo Chávez defendeu na noite de ontem (27), em sua palestra na Assembléia de Movimentos Sociais, a criação de um "plano de ação unitário, que seria vital" para o futuro do Fórum Social Mundial (FSM).

"Eu clamo por isso, respeitando a autonomia do encontro". "Seria nefasto que o Fórum se folclorizasse ou se transformasse em um encontro turístico", disse na noite de ontem (27), sendo aplaudido pelos cerca de 15 mil presentes ao ginásio Poliedro, periferia sul caraquenha.

Chávez disse esperar que o FSM trabalhe "na formação de um grande movimento mundial anti-imperialista". Segundo ele, o Fórum precisa de novos avanços, para retomar o debate de "um novo socialismo".

Desde 2001, em sua primeira edição, a Assembléia dos Movimentos Sociais, da qual Chávez participou ontem, já elabora um plano de ação anual. A assembléia é um dos encontros realizados dentro do FSM.

A proposta de Chávez, no entanto, não é recebida com aceitação por membros do Conselho Internacional (CI) do Fórum. "Todas as propostas que temos são boas, mas o Fórum não pode ser uma instância que referende essas idéias", afirmou o sociólogo Cândido Grzybowski durante o seminário O Futuro do Fórum, na última quarta (25).

Representante do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) no CI, Cândido acredita que a criação de um documento final inseriria a lógica da disputa política dentro do encontro.