Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O diretor do Departamento de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, coronel José Paulo Miranda, disse que o serviço trabalha com a hipótese de novas pancadas de chuva no fim da tarde de hoje e durante o domingo. Para o diretor, a situação do estado que mais preocupou foi a do município de São Gonçalo, na região metropolitana.
"Ali tivemos o registro de pequenos desabamentos parciais de edificações e isso pode gerar um risco maior aos moradores", disse. Segundo ele, os moradores do município que ficaram desalojados ontem à noite já voltaram para as suas casas com o escoamento da água.
O coronel informou que diante dos casos de enchentes que costumam ocorrer no verão, está em prática, no estado desde o dia 1º de dezembro, um sistema de sobreaviso com a participação de diversos órgãos estaduais. Além disso, por causa da previsão da meteorologia, foi montado, durante a semana, um esquema especial de alerta que conta com 2200 militares do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.
Essa ação, segundo Miranda, também conta com técnicos da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) e da Secretaria Estadual de Ação Social. Esse grupo foi chamado para garantir atendimento a desalojados ou desabrigados, caso o município onde houver problemas não tenha condições de prestar socorro.
"O estado está totalmente de prontidão com equipes de diversos órgãos que compõem o sistema estadual de Defesa Civil, principalmente o Corpo de Bombeiros e o Departamento de Defesa Civil para atender a qualquer tipo de emergência", defendeu.
De acordo com o diretor, somente em 1997 houve uma quantidade de chuva semelhante a que caiu ontem (27) à noite. "Em Belford Roxo (Baixada Fluminense) durante duas horas choveu 88 milímetros, quando o histórico na região é de 110 milímetros durante um mês", disse.
Quanto às mortes de seis pessoas causadas pelo alagamento no estacionamento subterrâneo do Shopping Penha, na zona da Leopoldina, o coronel informou que a polícia civil vai apurar o caso. Segundo ele, não é possível determinar, no momento, se houve negligência dos administradores. Ele acrescentou que continua o trabalho dos bombeiros para a retirada de água do local com a utilização de bombas e não está descartada a possibilidade de serem encontradas outras vítimas.