Marina prevê que desmatamento na Amazônia será 40% menor em 2005

16/11/2005 - 16h13

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garantiu hoje (16) que o desmatamento na Amazônia será 40% menor em 2005 que ano passado. Ela explicou que o índice de desmatamento, de 27% em 2002, caiu para 6% em 2004 devido ao aumento na capacidade de fiscalização.

Marina avalia que a redução se deve a atuação do Ministério do Meio Ambiente em parceria com outros ministérios e órgãos fiscalizadores do governo federal. Ela explicou que o índice de desmatamento, de 27% em 2002, caiu para 6% em 2004 devido ao aumento na capacidade de fiscalização.

"Nosso desafio é fazer com que esta queda seja estável, sem novas altas no futuro, uma vez que a redução do nível de devastação das reservas florestais está associada ao combate às práticas ilegais de uso dos recursos naturais e ao incentivo do desenvolvimento sustentável", observou.

A ministra, que participou o Seminário Internacional de Agroecologia, falando sobre Desenvolvimento Local: Valorizando Saberes e Reconhecendo Direitos, também anunciou que encaminhou hoje à Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, parecer técnico contrário a modificação da lei que permite a instalação de usinas de álcool no estado.

"A produção no Pantanal mato-grossense não assegura condições de proteção ao ambiente, podendo haver contaminação do Aqüífero Guarani", afirmou Marina, ao também lamentar a morte do ambientalista Francisco Anselmo de Barros, que ateou fogo contra o próprio corpo em protesto a instalação de usinas de álcool no Pantanal. "Precisamos produzir energia, mas não em prejuízo ao meio ambiente."

Segundo ela, o conceito de agroecologia, mote do seminário, vem justamente ao encontro da noção de práticas agrícolas que respeitam os limites do ecossistema e a realidade dos recursos naturais. "Se a terra é bombardeada constantemente por defensivos agrícolas, vai perder a sua capacidade de produzir alimentos com qualidade", diz Marina.
"A agroecologia é o porto seguro do ponto de vista econômico, ambiental e social, o contraponto a modelos que não enfrentam os grandes problemas mundiais, como a fome."

Questionada sobre o projeto de integração do São Francisco, a ministra defendeu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 524/02 que cria o Fundo para a Revitalização da Bacia do Rio São Francisco e que permitirá investimentos de R$ 400 milhões por ano no saneamento do rio nos próximos 20 anos. "O projeto, do ponto de vista ambiental, é tecnicamente correto", assegurou.