Lula pede que parlamentares adiem discussão político-eleitoral e aprovem Fundeb

16/11/2005 - 13h18

Carolina Pimentel
Repórter da Agencia Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (16) a importância dos investimentos na educação para o desenvolvimento do país e, por isso, pediu que os parlamentares aprovem, ainda neste ano, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

"As discussões político-eleitorais, vamos deixar para um pouco mais tarde. Vamos fazer as coisas de que o Brasil não pode mais prescindir. Na educação, o Brasil não pode prescindir e não pode perder mais tempo. Não pode ficar apenas pela vontade do Ministério da Educação, vontade do governo ou dos deputados da Comissão de Educação. É preciso passar essa vontade, esse desejo para os 513 deputados para ver se votamos este ano. Eu temo que a gente tenha um ano jogado fora, se não aprovarmos o Fundeb", disse Lula, na abertura da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O encontro vai discutir, até sexta-feira (18), novas políticas para o setor.

O presidente destacou que os países mais poderosos hoje são os que detêm conhecimento científico. "Esses países são os mais capazes de decidir sobre o seu próprio destino, de soberanamente defender seus interesses nas mesas de negociação internacionais e de melhor buscar a justiça social. É o que estamos empenhados em fazer pelo Brasil", afirmou Lula.

Ele citou investimentos feitos nos últimos três anos na área de ciência e tecnologia, como o aumento de 54,6% de recursos para bolsas de estudo, em comparação com 2002. De acordo com o presidente, o país terá 9.500 novos doutores até o final deste ano e 10.600 no ano que vem. Lula falou também sobre mais repasses para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Em 2006, os recursos do fundo passarão de R$ 800 milhões para R$ 1,2 bilhão.

O presidente lembrou a aprovação da Lei de Inovação, que isenta parcialmente do Imposto de Renda empresas que contratarem mestres e doutores da área científica; a Lei de Biossegurança, que facilitará os estudos com células-tronco embrionárias; e a Lei de Informática, que prorroga os incentivos fiscais para o setor até 2019. Lula informou que deverá anunciar a regulamentação da Lei de Biosseguranca na próxima semana.

A conferência reúne professores, pesquisadores e empresários. O Brasil tem 50 mil
pesquisadores, responsáveis por 1,7% da produção acadêmica mundial.