Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Assim como já ocorrem conflitos pelo petróleo, poderão acontecer também disputas pelo controle da internet, prevê Mário Teza, representante da sociedade civil do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Isso, explica, caso tenha continuidade o controle que os Estados Unidos exercem sobre a rede.

Atualmente, uma instituição privada sem fins lucrativos, a Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet (Icann, pela sigla em inglês), administra, em última instância, todos os endereços de páginas eletrônicas do mundo. A empresa tem sede na Califórnia, nos Estados Unidos, e o governo dos EUA pode influir nas decisões do órgão. "O governo americano pode tirar o Brasil do ar. Pode vetar o que quiser. Não tem acontecido, porque seria uma crise mundial muito grande", considerou.

Um primeiro passo que pode mudar esta situação é o da criação do Fórum de Governança da Internet, que depende de aprovação em plenário na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontece neste momento na Tunísia. O modelo brasileiro de gestão, segundo Teza, será discutido como uma possibilidade internacional de gestão.

"Esse é o grande conflito internacional. Digamos que seria a nossa quarta guerra mundial, que está acontecendo, mas não tem mortos. O governo americano baixou um decreto, que foi votado no Congresso americano, dizendo que, por intermédio do Departamento de Comércio, não abre mão de manter o controle sobre a definição dos números de protocolo de internet, que é o que permite a navegação no mundo", disse.