Conferência de Meio Ambiente começa hoje no Amazonas e debaterá problema da seca e questão indígena

16/11/2005 - 11h16

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – Começa hoje (16) em Manaus a Segunda Conferência Estadual do Meio Ambiente, a partir das 14 horas (horário local; 16 horas em Brasília). A previsão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – que coordena a comissão organizadora, da qual o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Naturais Renováveis (Ibama) também faz parte – é reunir 400 pessoas para debater os principais temas ambientais do Amazonas e sugerir propostas de políticas públicas adequadas a essa realidade.

"Todos os interessados podem e devem participar da conferência. O objetivo é ter uma política de meio ambiente cada dia mais eficaz e eficiente. A idéia é que se tenha sugestões tanto para o governo federal, quanto para o governo estadual e as prefeituras", disse o secretário estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Vírgilio Viana.

Até sexta-feira (18), os participantes da conferência também elegerão os 30 delegados do Amazonas na Conferência Nacional de Meio Ambiente, que será realizada em Brasília, entre os dias 10 e 13 de dezembro. A escolha dos delegados obedecerá ao seguinte critério de representação: 15 pessoas dos movimentos sociais, nove do setor empresarial e seis do setor governamental. Além disso, pelo menos nove desses delegados devem ser mulheres.

Os cinco temas nacionais propostos pelo Ministério do Meio Ambiente, que devem ser debatidos em todas as conferências estaduais, são: biodiversidade e florestas; água e recursos hídricos; qualidade ambiental nos assentamentos humanos; instrumentos de desenvolvimento sustentável no território; fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e controle social.

Os dois temas regionais escolhidos pelo Amazonas foram a seca deste ano e o etnodesenvolvimento indígena.

Viana lembrou que a seca forte e prolongada deste ano está relacionada ao aquecimento global e ao desmatamento. "Nós precisamos ver o que pode ser feito não só para diminuir os impactos de secas como essa, com ações como o Plano Emergencial S.O.S Interior, que o governo do estado executou, como também para prevenir outras. Segundo as projeções, as secas devem ocorrer com maior freqüência e maior intensidade no futuro", justificou o secretário.

A escolha do tema etnodesenvolvimento indígena, segundo Viana, deve-se ao fato de o Amazonas ser o estado com maior população e diversidade de povos indígenas do país. De acordo com Izanoel Sodré, coordenador-geral de documentação da Fundação Nacional do Índio (Funai), o estado abriga 120 mil indígenas. O site da Funai informa que eles pertencem a 65 etnias.