Após negociação com Planejamento, fiscais agropecuários afirmam que manterão greve

16/11/2005 - 18h23

Lana Cristina e Michèlle Canes
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A negociação dos fiscais federais agropecuários com técnicos do Ministério do Planejamento, hoje (16), não evoluiu e a categoria continuará em greve. Segundo cálculos da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), a greve que já dura dez dias acumula perdas de US$ 1 bilhão em carga parada em portos e aeroportos.

O vice-presidente da Anffa, Wilson Roberto de Sá, disse que o comando de greve não levará a proposta do governo à categoria. "É tão absurda que prefiro nem falar no valor, até deixamos na mesa", contou. Os fiscais querem que o piso salarial passe de R$ 2,8 mil para R$ 4.140 e o teto, que é de R$ R$ 4.021, vá para R$ 5,9 mil. Sá e outros dirigentes se reuniram com o secretário de Recursos Humanos do ministério, Sérgio Mendonça.

No primeiro encontro, na semana passada, o secretário se comprometeu a levar os pedidos da categoria ao ministro Paulo Bernardo, para trazer uma contra-proposta. Agora, não há previsão de novo encontro do comando de greve com representantes do governo e a categoria, de acordo com Wilson de Sá, vai esperar uma nova proposta para definir o destino do movimento.

Para Sérgio Mendonça, a proposta feita pelos grevistas causaria um grande impacto no orçamento. "Estamos trabalhando na proposta de disponibilizar R$ 49 milhões para o orçamento de 2006, a fim de atender essa reivindicação, que implicaria R$ 250 milhões e não há possibilidade de atendimento", disse. Ele informou que o governo propôs um reajuste de 8,3%, passando os salários para cerca de R$ 6.800.

Mesmo com a recusa à proposta, o secretário disse esperar que até sexta-feira a situação esteja resolvida: "Há uma data, o dia 18, que foi o acordo inicial feito para a preservação dos serviços essenciais, mas isso pode ser renovado. Espero que nesse dia a gente já tenha resolvido esse impasse".