Ano letivo deve ser preservado, avalia ministro

16/11/2005 - 15h14

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse acreditar que, com o envio, pelo governo federal, de um projeto de lei ao Congresso Nacional com as propostas do ministério para os professores universitários, em greve há mais de dois meses e meio, o período letivo será preservado. "Eu penso que com essa definição o ano letivo fica preservado cabendo às instituições, dependendo do prejuízo que tiveram ao longo desses dois meses, refazer o seu calendário", disse.

Haddad deu a declarações durante entrevista coletiva em que anunciou o envio da proposta ao exame dos parlamentares. Ao ser questionado se achava que a medida poderia levar os grevistas a estenderem ainda mais a greve, o ministro disse: "eu penso que não".

Sobre o corte de ponto dos professores que aderiram à greve, ele esclareceu que se trata de uma atribuição dos dirigentes das instituições e não do Ministério da Educação (MEC). "Essa obrigação do corte de ponto é uma obrigação que está em decreto e é atribuição do dirigente da instituição, que não responde ao MEC, responde aos órgãos de controle do governo federal."

A greve começou no dia 30 de agosto, sendo que na Universidade Federal do Acre a paralisação teve início no dia 15 de agosto. Segundo a representante do Comando Nacional de Greve Oneize Araújo, membro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a greve conta com a adesão de 39 das 61 instituições federais. "A maioria paralisou completamente as atividades, inclusive na pós-graduação", afirmou Oneize.

De acordo com o comando de greve, dos cerca de 72 mil professores vinculados ao Andes, cerca de 70% aderiram à paralisação. Para o ministro Fernando Haddad, esse número é menor. "A maior parte do sistema não está parado, está funcionando plenamente", disse. "Às vezes a biblioteca está parada e dá-se a universidade por fechada."