Polícia Militar entra em conflito com sem-terra em frente ao Congresso

17/05/2005 - 19h40

Marcos Chagas e Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Houve conflito com a Polícia Militar do Distrito Federal hoje (17) durante a concentração dos manifestantes sem-terra da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, em frente ao Congresso Nacional. A confusão começou por volta das 17h30, quando os sem-terra tentaram entrar no prédio do Congresso. Barrados pelos policiais militares que faziam a proteção do parlamento, alguns manifestantes cercaram uma viatura da PM que estava próxima ao espelho d’água do Congresso.

De acordo com o major Eviton, responsável pelo comando da operação que reuniu 1.200 policiais militares na Esplanada dos Ministérios, os manifestantes tentaram agredir os soldados que estavam no veículo chegando a derrubar no chão um deles. A partir daí, o major pediu reforço e iniciou-se o confronto. A cavalaria da PM entrou em ação e o gramado em frente ao Congresso transformou-se por alguns minutos num campo de batalha.

O major Eviton informou que, no confronto, um soldado teve o nariz quebrado por uma pedrada e foi encaminhado ao Hospital de Base. Outros tiveram escoriações leves nos braços. Do lado dos sem-terra, pelo menos oito pessoas foram levadas ao Hospital de Base pelas ambulâncias do Corpo de Bombeiros. Segundo os para-médicos, nenhum dos manifestantes atendidos apresentava quadro grave.

De acordo com o aposentado Inocêncio Barbosa, de 68 anos e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), a confusão teve início quando policiais xingaram os manifestantes, que reagiram jogando pedras, garrafas d’água e chinelos. Depois disso, a cavalaria da PM entrou em ação.

Na avaliação de um dos integrantes da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stedile, que discursou há pouco na Marcha pela Reforma Agrária, o tumulto ocorrido nessa tarde foi uma provocação dos inimigos. "Eles usaram esses pobres coitados, que ganham menos que a gente, para que a imprensa, amanhã, diga que a marcha terminou em tumulto. Mas o que temos a dizer é que o MST arrancou a reforma do presidente do Lula e envergonhou os latifúndios".

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