Palocci diz que política monetária não prejudica meta de investimentos

17/05/2005 - 18h41

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, justificou hoje que o criticado conservadorismo da política monetária por parte do Banco Central (BC) ocorre para evitar que o país tenha uma situação difícil de ser revertida, no futuro. "É preciso compreender o esforço nesta área, pois muitas vezes fala-se que o Copom (Comitê de Política Monetária) é radical, excessivamente conservador, mas é preciso olhar o comportamento efetivo da inflação. Se o BC não tiver uma postura concreta e objetiva sobre o comportamento da inflação, sabemos que isto dará custos ao país, custos, muitas vezes, difíceis de serem revertidos depois se o descuido ocorrer, no momento em que a inflação pressiona".

Segundo ele, o país terá ganhos no longo prazo, resultado este que garante a manutenção das metas de investimentos. Na avaliação do ministro, a gradual elevação da taxa básica de juros, a Selic, para os atuais 19,5%, índice que pode ser alterado amanhã (18), no segundo dia de reunião do Copom, não deve implicar em mudanças nas projeções de investimentos do empresariado.

"Não acredito que o esforço da política monetária faça o empresário, que avalia a política do longo prazo, desistir de investimentos porque ele vê que esse procedimento de ajustes busca o equilíbrio macroeconômico e controle da inflação". Palocci acrescentou que o "que dá consistência ao investimento é saber que no futuro o Brasil estará equilibrado".