Governo e oposição trocam acusações sobre casos de corrupção

17/05/2005 - 20h17

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Representantes da base aliada e da oposição no Senado discutiram a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar denúncias de corrupção envolvendo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o PTB.

"Não basta o governo federal determinar a abertura de inquérito para o diretor dos Correios. Nós já vimos essa cena no caso Waldomiro Diniz. O governo Lula já o investiga há um ano e três meses e não acontece nada. Esse é o mesmo governo que dizia ser o guardião da moralidade", afirmou o senador José Agripino (PFL-RN). Agripino se referiu ao escândalo que envolveu o então assessor parlamentar da Presidência da República, Waldomiro Diniz, acusado de cobrar propina do dono de casas de bingo Carlinhos Cachoeira em troca de favorecimento em licitação na Caixa Econômica Federal (CEF).

Ao defender o governo de Luiz Inácio Lula da Silva das críticas da oposição, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que o caso Waldomiro Diniz não ficou sem investigações. Ele afirmou que foram criadas Comissões Parlamentares de Inquérito nas assembléias legislativas do Rio de Janeiro e Goiás, e que ampla documentação relacionada à atuação de Waldomiro foi entregue ao Ministério Público Federal.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi à tribuna quatro vezes para debater com o líder do governo, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Aloizio acusou o governo Fernando Henrique Cardoso de ter feito o contrato com a Gtech - empresa envolvida em licitação na CEF -, enquanto Virgílio alegou que foi o governo do PT que "trouxe o ladrão Waldomiro". "O governo só aceita ser investigado por ele próprio para que possa controlar as conseqüências", disse Virgílio.

Com informações da Agência Senado