Rio, 17/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - Funcionários do Ministério da Cultura fizeram hoje na Cinelândia, centro do Rio, um ato cultural com apresentação de grupos musicais de teatro e de dança. a fim de chamar atenção para a campanha por melhores salários que eles vêm defendendo desde 2003.
A diretora da Associação dos Funcionários da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Cássia Mello, disse que em maio do ano passado foi apresentada uma proposta de tabela emergencial de salários, encaminhada pelo ministério e aprovada pela Mesa Setorial, espaço criado pelo governo Lula para discutir a questão.
A tabela emergencial, segundo a diretora, seria uma forma de antecipação ao Plano de Carreiras que vem sendo pedido pelos funcionários há dois anos. O ministério do Planejamento, acrescentou, ainda não deu resposta sobre a liberação para que a tabela seja implantada, quando havia uma promessa de que ela entraria em vigor no final de março. "Ofereceu sim, oficiosamente, uma proposição, que para os trabalhadores da Cultura não é boa porque prevê uma gratificação a partir de janeiro de 2004 e não vincula a um Plano Especial de Cargos ou de Carreira, como estamos precisando e propondo", explicou.
Cássia Mello informou ainda que com a tabela emergencial os funcionários da Cultura passariam a ter os salários equiparados aos dos funcionários da Casa de Rui Barbosa, que funciona em Botafogo, zona sul do Rio. A instituição também pertence ao Ministério da Cultura, mas conforme explicou a diretora, os funcionários têm salários mais elevados porque em 1997 a atividade deles foi incluída no Plano de Ciência e Tecnologia.
A diretora explicou que enquanto os funcionários de instituições de Cultura como Biblioteca Nacional e Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, entre outras, têm o vencimento básico em final de carreira de R$ 565, na Casa de Rui Barbosa os salários são de R$ 2.400. "Os servidores da Casa de Rui Barbosa desempenham as mesmas atividades que todos os outros servidores da Cultura. As outras vinculadas e as do próprio ministério da Cultura têm uma atuação nacional, que é um pouco diferente da atuação da Casa de Rui Barbosa", afirmou.
Os funcionários da Cultura, em greve desde de abril, pedem ainda a realização de um concurso público para renovação e ampliação do quadro de funcionários. "Nós precisamos ter uma forma de progressão e promoção funcional, para que as pessoas que estão hoje na iniciativa privada ou entrando no mercado se interessem em vir para os quadros da Cultura", acrescentou.