CPMI da Terra pede quebra de sigilos de policiais no Paraná

17/05/2005 - 19h58

Christiane Peres
Da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra aprovou nesta terça-feira a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Waldir Copetti Neves, tenente-coronel da Polícia Militar; João Della Torres, investigador particular; e Adair Sbardella, policial militar. Todos foram presos em conseqüência da operação Março Branco, realizada pela Polícia Federal no Paraná para investigar acusações de tráfico internacional de armas e formação de milícias armadas a serviço de proprietários rurais.

O relator da CPMI, deputado João Alfredo (PT-CE), disse que a quebra dos sigilos "permitirá que a comissão tenha idéia da articulação nacional ou interestadual que existe com relação às milícias armadas ligadas aos proprietários rurais de terra".

Segundo o presidente da comissão, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), na próxima reunião da CPMI será votada a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Naban. No mês passado, a comissão já havia aprovado a investigação da UDR, entidade que defende a "propriedade privada" e se opõe aos sem-terra.

Outro requerimento aprovado durante o encontro foi a convocação do governador de Rondônia, Ivo Cassol, para "esclarecer os fatos e responsabilidades da ação contra 250 famílias que residem na gleba Massaco, em Alta Floresta (RO)". De acordo com o requerimento, o governador foi apontado como responsável pelas "arbitrariedades" ocorridas no local. A denúncia foi apresentada pelas lideranças dos trabalhadores, informando que as ameaças começaram depois que Ivo Cassol comprou uma área vizinha à gleba.