Câmbio flutuante ainda é a melhor opção, diz Palocci

17/05/2005 - 15h06

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu hoje que "o câmbio flutuante é a melhor política para as contas externas, embora não vá agradar a todos, o diabo é que o danado flutua". Ele referia-se às queixas dos empresários exportadores no tocante à depreciação do dólar em relação ao Real. Para o ministro é também a melhor política para os demais países. "Ela é adotada em praticamente todos os países do mundo, salvo algumas exceções, mas penso que isso será positivo para o andamento da economia nacional".

Pelo seu raciocínio, o próprio mercado irá ordená-lo, corrigindo-o para um patamar diferente. "É preciso observar que de 2004 para cá, alguns fenômenos afetaram as cotações". Uma delas, segundo Palocci, foi a mudança do patamar em relação às outras moedas e a outra foi o efeito do princípio de isomia em torno da introdução da alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre as importações. "Era um absurdo o produto importado não pagar cofins e o produto nacional ter que fazê-lo. Mas essa correção não é uma mudança de preço natural do processo econômico, é uma correção de impostos que estavam desajustados e o câmbio responde a isso também", esclareceu.

Palocci deu essas informações, logo após discursar para uma platéia de investidores luso-brasileiros, na sede da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).
No pronunciamento, ele mencionou os vários números positivos da evolução econômica do país como a recuperação da poupança bruta, que passou de 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2003, para 23,2%, em 2004.

Observou que, inicialmente, os grandes alimentadores do crescimento era a demanda externa por produtos agrícolas e minerais, além de produtos semimanufaturados e de origem agroindustrial, mas que nos últimos trimestres, o desempenho da indústria de transformação e do comércio superou a evolução registrada pela agricultura.