Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - Os policiais da Força Nacional de Segurança Pública que chegaram ontem (7) ao Rio de Janeiro vão permanecer no estado por trinta dias. Eles compõem o primeiro grupo que receberá treinamento no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio. Os trabalhos começam nesta segunda-feira (9).
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Nacional de Segurança Pública, dos 199 policiais que desembarcaram na Base Aérea do Galeão, dezesseis são bombeiros e 14 policiais femininas. Eles vieram de 25 estados. Só não há policiais de São Paulo e do Paraná. Todos estão alojados no Centro de Treinamento e Aperfeiçoamento de Praças, em Sulacap, onde farão parte do treinamento que será completado no Bope, sempre em grupos de 50.
Essa fase do treinamento será de 5 dias, depois eles receberão instruções em algumas favelas do Rio de Janeiro, entre as quais Vidigal, em São Conrado e Pereirão, em Laranjeiras, as duas na zona sul da cidade. "Nós criamos uma base de treinamento no Vidigal justamente para que tivesse um cenário propício, para que os policiais possam treinar em um ambiente real, mas isso obviamente ao fim do curso", explicou o secretário estadual de Segurança Pública, Marcelo Itagiba.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, que participou da solenidade de apresentação da Força Nacional ontem (7) no Rio, disse que a Força é início da efetivação do Sistema Único de Segurança do país. Ele afirmou que a chegada dos policiais no Rio não significava a apresentação de uma tropa federal, mas a presença de profissionais de vários estados com o objetivo de articular as ações. "Eles têm que estar treinados para operar junto. Exige muito profissionalismo. Somos profissionais da carreira e jamais cometeríamos a insanidade de expor colegas policiais em situações. Então só vamos treinar e operar nas condições em que nós nos submeteríamos em termos de operações", explicou.
A governadora do Rio, Rosinha Matheus, também presente ao evento,disse que o governo federal pode contar com a ajuda do governo do estado e defendeu que a Força Nacional funcione como uma força do pacto federativo para que juntos, governos federal e estaduais possam resolver os problemas de segurança do país. "Os problemas do Rio de Janeiro não são diferentes dos problemas dos outros estados", lembrou.
O secretário Nacional de Segurança Pública ressaltou que não haverá milagres e nem resultados de um dia para o outro. Acrescentou que como está se tratando de um conceito de cooperação, de integração e de co-responsabilidade, todos têm as suas parcelas, inclusive as constitucionais que vem sendo desempenhadas por diversas ações da Polícia Federal contra o crime organizado. " Nós vamos conseguir com essa integração que o potencial de um, complemente o do outro", afirmou.